Pelé, o Maracanã e o Bahia

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  • Da Redação

Publicado em 25 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Sexta-feira, dia 29, o Bahia comemora 59 anos do título mais importante de sua história: a conquista da I Taça Brasil, ao derrotar o Santos, então o maior time do planeta, por 3x1, no Maracanã. 

Muito tempo depois, durante uma entrevista, o então ponta esquerda santista Pepe disse que “ninguém, naquele dia, ganharia do Bahia”, mas eu quero me fixar num depoimento de Pelé sobre o Maracanã, para enaltecer esta épica vitória tricolor. Para isso, insiro neste espaço um dos capítulos do livro ‘Heróis de 59’ - de minha autoria, editado pela ‘Solisluna’ e a ser lançado agora, em abril - que narra a história do primeiro título nacional do Bahia: 

“Embora nem sempre brilhante em seus pronunciamentos públicos, Édson Arantes do Nascimento, o ‘Rei Pelé’, conseguiu se redimir de alguns conceitos e previsões feitos ao longo da vida, ao traduzir, com muita propriedade, o prazer de vencer um jogo no Maracanã (em 1966, o estádio passou a se chamar Mário Filho, em homenagem ao jornalista esportivo e um dos maiores defensores da sua construção para a disputa da Copa do Mundo de 1950), palco em que, invariavelmente, atuava muito bem”.

Em fala resgatada pelo escritor Jaime Klintowitz, no livro ‘A História do Brasil em 50 frases’, lançado pela editora LeYa, ele diz que o “Maracanã é Maracanã”, acrescentando que “uma vitória ali vale por duas em qualquer outro estádio do mundo”.

Apesar de estrear naquela praça esportiva, em 1957, ainda adolescente, num dia em que o Santos sofreu uma goleada do Flamengo por 4x0, ali ele teve momentos ímpares, dentre os muitos vivenciados na sua brilhante carreira.

É inesquecível, por exemplo, o gol de placa em cima do Fluminense, no dia 5 de março de 1961, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Rio-São Paulo. Após ganhar na corrida dos zagueiros Pinheiro, Clóvis e Altair, tocou no canto direito da meta do goleiro Castilho, ao sentir a aproximação do lateral-direito Jair Marinho. 

Também é emblemático o ‘Gol 1.000’, marcado de pênalti, contra o Vasco da Gama, diante do desesperado goleiro argentino Andrada, na noite de 19 de novembro de 1969, em jogo válido pela Taça de Prata, o então Campeonato Nacional. 

Se para Pelé já era algo extraordinário ganhar um jogo no Maracanã, imagine então o que o indiscutível triunfo de 3x1 sobre o Santos (e, a consequente, conquista da I Taça Brasil), em 29 de março de 1960, no gramado daquele santuário esportivo, significou para os jogadores do Bahia.

Até os mais experientes choraram. Assim como Pelé, todos tinham consciência do que representava o Maracanã, para emoldurar aquela façanha para sempre.

Não foi à toa que, em 1966, o francês Jules Rimet, então presidente da Fifa, o definiu como o ‘Coliseu do Brasil’, numa alusão ao grandioso anfiteatro romano, erguido na Antiguidade.

Antônio Matos, jornalista e delegado de polícia, é autor do livro 'Heróis de 59'