Pelo DNA, polícia identifica 11 anos depois suspeito de matar criança em Curitiba

Criminoso cumpre pena por outros crimes em SP; garota foi achada em mala

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 14:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Onze anos depois do assassinato da menina Raquel Genofre, de 9 anos, em 2008, a Polícia Civil do Paraná anunciou na quinta-feira (19) que identificou o responsável pelo crime. O corpo de Raquel foi achado dentro de uma mala na Rodoferroviária de Curitiba, em 5 de novembro daquele ano. O suspeito é Carlos Eduardo dos Santos, 54 anos, que está preso em Sorocaba (SP) desde 2016.

Carlos Eduardo tem ficha policial extensa e cumpre pena de 22 anos por estelionato, estupro, roubo e falsificação de documento, crimes que cometeu em vários estados - São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A morte de Raquel foi elucidada por conta da comparação do DNA achado no corpo da garota com o do assassino, que estava no Banco Nacional de Perfil Genético, que integra base de dados dos estados e é mantido pelo Ministério da Justiça.

Houve uma correspondência genética de 23 características entre 23 possíveis, explicou a polícia, o que garante com 100% de certeza que Carlos Eduardo é o responsável pelo crime.

"Elucidamos esse crime emblemático hediondo que chamou a atenção do Brasil todo. Esse homem tem uma ficha gigantesca de crimes cometidos em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande dos Sul. Tem passagens por estelionato, roubo, estupro", disse o delegado-geral-adjunto da Polícia Civil, Riad Farhat, em entrevista coletiva.

As circunstâncias do crime ainda são ignoradas. A intenção das autoridades paranaenses é pedir que o suspeito seja levado a Curitiba para participar de uma reconstituição e seja ouvido pelos policiais de lá. Na época do crime, os investigadores sabem que Carlos Eduardo morava no Centro de Curitiba, a menos de 1 km de distância da escola frequentada por Raquel. Ele trabalhava como porteiro em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. (Foto: Reproduçaõ) Os pais de Raquel, Maria Cristina Lobo Oliveia e Michael Genofre, acompanharam a coletiva. O pai afirmou que ainda tem muitas perguntas não respondidas. "Por um lado é um alívio, mas por outro, nós precisamos ver a Justiça ser feita. Nós tivemos momentos de muita desesperança, mas agora chegamos num novo momento: esperamos saber porque, como, de que forma, porque ele escolheu a Raquel, de que forma", afirmou.

O Banco Nacional de Perfis Genéticos é atualizado semanalmente com o material colhido de presos que cometeram crimes hediondos. 

Crime O corpo de Raquel foi achado seminu e com sinais de violência sexual por um indígena na Rodoferroviária, por volta das 2h30, dentro de uma mala abandonada. As câmeras de segurança do local não estavam funcionando e a polícia não descobriu como a mala foi deixada lá. A suspeita é de que Raquel foi sequestrada quando ia do colégio que frequentava até o ponto de ônibus.