Pero Vaz: ônibus voltam a circular até o fim de linha

Policiamento reforçado foi no bairro, segundo a SSP-BA

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  • Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2018 às 07:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Almiro Lopes/CORREIO

Os ônibus voltaram a circular até o final de linha do bairro de Pero Vaz, por volta das 7h desta quarta-feira (11), depois de uma tentativa de incêndio a dois coletivos na tarde de terça-feira (10). Apesar da retomada do trajeto, o final de linha dos ônibus, onde os veículos estacionam para descanso dos rodoviários, segue improvisado no Conjunto Bahia, no bairro de Santa Mônica, a cerca de 500 metros do Pero Vaz, segundo o sindicato da categoria. 

O funcionamento do serviço de transporte público na região foi afetado depois que um traficante conhecido como Luis Fernando Chantal Saldanha de Oliveira, o Chantal, apontado como líder do tráfico de drogas em Pero Vaz e suspeito de ordenar ataques a ônibus na região, foi preso na tarde de terça (10). De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), o policiamento foi reforçado no bairro.

No celular do suspeito, segundo a polícia, foram encontradas fotos de cartazes que estavam sendo produzidos com pedidos de justiça pelas mortes de três integrantes da mesma quadrilha, na segunda-feira (9), durante confronto com equipes das Rondas Especiais (Rondesp). Na ocorrência, a SSP disse que duas pistolas e um revólver foram apreendidos.

De acordo com a polícia, a tentativa de incendiar os coletivos na Pero Vaz foi frustrada após a chegada de agentes da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Liberdade), 2ª Delegacia (Lapinha), Grupo de Repressão a Roubos em Coletivos da Polícia Civil (Gerrc) e da Rondesp.

Na ação duas mulheres e três homens foram detidos. O grupo que participou da ação, conforme a polícia, ordenou aos motoristas dos ônibus que atravessassem os veículos na rua e levaram as chaves dos coletivos.

O CORREIO esteve no final de linha do bairro esta manhã e encontrou um clima de tranquilidade entre os moradores. A maioria, no entanto, optou por não falar com a reportagem. "Aqui está tudo tranquilo, graças a Deus. Até porque, nem houve nada demais. O problema mesmo é que o povo faz um alarga que não existe", disse o comerciante Jonas Freitas, 45. Ainda conforme Jonas, que mora no Pero Vaz há 30 anos, a presença da polícia traz sensação de segurança.

"Acho que como em qualquer civilização, tem que ter polícia. Eu gosto, me sinto melhor, principalmente porque tenho meu ponto[comércio], meu ganha pão", concluiu ele. Uma moradora, que não quis se identificar, disse que alguns comerciantes optaram por fechar, mas que não houve opressão por parte de traficantes. "Que nada, isso é conversa fiada. Alguns fecharam, sim, mas muitos continuaram abertos. A polícia aqui, ou não, pra mim tanto faz", disse à reportagem.