Pesquisa aponta carros mais visados no Carnaval; saiba como proteger o seu

Foram roubados 3.580 veículos em Salvador, entre janeiro e setembro do ano passado

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 19:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo Correio

Os veículos mais visados por ladrões no Carnaval de Salvador são o Ônix, HB20, Focus, Ford KA, Corsa, picapes (L200, Hilux), Logan, Pálio, caminhões em geral e Prisma. É isso o que aponta uma pesquisa realizada pela empresa Ituran Brasil, líder global em rastreamento veicular.

Após analisar, nos últimos seis meses, dados sobre roubos registrados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia, a empresa cruzou as informações com a carteira de clientes da empresa no estado, que chega a mais de 5 mil. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (20).

De acordo com Rodrigo Boutti, gerente de operações da Ituran Brasil, o motivo desses veículos serem os mais visados, seja no Carnaval ou em outras épocas do ano, é um só: o interesse nas peças dos carros, as quais são vendidas em locais não autorizados. Estes, por sua vez, adquirem os produtos dos próprios ladrões.

“Infelizmente, o roubo de carros desse tipo, popular, ocorre porque muitas pessoas deixam de comprar peças em locais autorizados para adquirir em zonas não confiáveis. Então, são essas pessoas que acabam incentivando que os carros delas sejam roubados”, afirma Rodrigo, ao CORREIO.

Ainda segundo a pesquisa, os carros são roubados mais durante o dia, na madrugada são poucas a situações de roubo. De acordo com dados da SSP, foram  roubados 3.580 veículos na capital baiana e outros 971 foram furtados, entre janeiro e setembro do ano passado (os dados mais atuais). Já entre janeiro e março de 2019, foram 1.162 roubos e 353 furtos.

“Os casos de roubo chamam mais a atenção porque eles mostram que houve o emprego de violência, foram tomados à força”, comentou Rodrigo Boutti. Segundo ele, muitas vezes o objeto de desejo do criminoso não é o carro em si e, sim, os objetos que a pessoa leva, como celulares, relógios caros e dinheiro.

“Nessas situações, o carro é roubado e deixado a poucos quilômetros de distância”, falou. A Polícia Civil da Bahia foi procurada para comentar a pesquisa, mas a assessoria de comunicação alegou que estava em regime de plantão por conta do Carnaval e não tinha como disponibilizar fonte para entrevista.

Prevenção A orientação para os foliões, de acordo com Boutti, é que não vão de carro para o Carnaval e priorizem o táxi, transporte coletivo ou serviço de motorista por aplicativo. “Tem gente que vai para a folia e deixa o carro numa zona mais tranquila, longe das zonas de maior movimento, mas quando volta não encontra mais o veículo”, afirmou.

O especialista observa que os bandidos têm usado cada vez mais equipamentos eletrônicos que evitam que os veículos sejam rastreados via satélite, como o “jammer”. Mais conhecido como “capetinha”, ele é comprado pela internet.

Oficialmente, o equipamento serve para bloquear o sinal de telefones celulares, mas os ladrões usam o aparelho para impedir que o sinal dos chegue até o satélite. “Por isso, também utilizamos RF (Rádio Frequência), que o sinal não consegue ser inibido nas grandes metrópoles”, enfatiza Boutti.

O gerente de operações da Ituran Brasil destaca que o uso do Big Data (a análise e a interpretação de grandes volumes de dados), além de aliado, mudou o conceito de percepção de um evento de roubo e furto.

“A tecnologia permite definir, semana após semana, a utilização real do veículo. Na prática, a Inteligência Artificial (IA) já nos permite detectar padrões não usuais no comportamento dos clientes, ou seja, o sistema nos comunica automaticamente de um comportamento fora do padrão. Muitas vezes localizamos o carro, antes mesmo do cliente se der conta que sofreu um furto”, alerta.