Petroleiros vendem gás de cozinha e gasolina a ‘preço justo’ em apoio à greve dos caminhoneiros

Litro da gasolina saiu por R$ 3,20 e botijão de gás por R4 40

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  • Daniel Aloísio

Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 14:59

- Atualizado há um ano

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. por Arisson Marinho/CORREIO

Já pensou pagar apenas R$ 3,20 por um litro de gasolina em pleno ano de 2021? E que tal levar um botijão de gás de 13kg por R$ 40? Nesta segunda (1º), isso foi possível em Salvador graças a uma ação dos diretores do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro) em apoio a uma greve dos caminhoneiros também anunciada para essa data. Segundo o diretor de comunicação do sindicato, Radiovaldo Costa, esse preço poderia estar dentro da realidade dos brasileiros.  

“Consideramos que o valor de cerca de R$ 2,90 é justo e a Petrobras poderia estar praticando para a sociedade se não tivesse feito a opção de internacionalizar os preços dos derivados de petróleo, favorecendo apenas os investidores e o mercado, em detrimento do povo brasileiro”, afirma. As ações fazem parte de uma série de atividades que estão sendo desenvolvidas, em nível nacional, pela categoria petroleira com o propósito de denunciar os altos preços dos combustíveis e gás de cozinha. 

O ato começou pela manhã, em Pituaçu, com a venda de 200 botijões de gás de cozinha para famílias carente. Toda a venda durou apenas 2h. Os consumidores foram atraídos pelo valor vendido, que foi menos da metade do preço médio do botijão de gás, que é R$ 81. Já num posto de gasolina do Dique do Tororó foi comercializado 1.280 litros de gasolina com R$ 1,79 de desconto (Queda no preço de R$ 4,99 para R$ 3,20).  

A venda do combustível para motos e carros durou cerca de 3h. Cada carro pôde abastecer apenas 20 litros por esse valor, enquanto as motos tinham o direito de levar 10 litros para casa. Foram distribuídos tickets para ajudar na organização da fila, que precisou da atuação de agentes da Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador).  

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“Não houve qualquer confusão durante as vendas. A gente explicou as pessoas o que estava acontecendo e o motivo da ação. Eles entenderam que o preço é justo e a importância de lutar para que seja assim. É uma ação positiva, pois gera uma repercussão muito forte, circula a informação que muitas vezes as pessoas não têm acesso de que o preço dos nossos combustíveis pode ser menor”, defendeu Radiovaldo.  

Ainda segundo o sindicato, esse preço praticado seria possível se levado em consideração o custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios. “A gente vende hoje a preços internacionais, que são ancorados pelo preço do barril do petróleo e da desvalorização da nossa moeda frente ao dólar. Barril valorizado e dólar alto provoca aumento de preços. Hoje, a diferença é pequena entre produzir no Brasil e importar. Aumentou inclusive a importação, principalmente do diesel, que é a reivindicação dos caminhoneiros”, explicou o diretor.  

Essa questão presente no preço do diesel é o que une as pautas das duas categorias que foram para as ruas protestar nesse primeiro dia de fevereiro. “O preço tá alto e afeta o frete dos caminhoneiros. Num momento de pandemia, com a população enfraquecida e aumento da inflação, há um impacto econômico sério. O pior é que se mantido a política de preços, nós temos uma perspectiva de novas altas ao longo do ano”, concluiu Radiovaldo.  

* Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lobo.