PF faz busca e apreensão no apartamento de Jaques Wagner

Operação Cartão Vermelho investiga supostas irregularidades nas obras do estádio da Fonte Nova

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  • Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 09:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo CORREIO

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento do ex-governador da Bahia Jaques Wagner. Os agentes chegaram ao edifício Victory Tower, no Corredor da Vitória, no início da manhã desta segunda-feira (26). Advogados de Wagner estão no apartamento. Equipe do CORREIO está no local.

Ao todo, são cumpridos sete mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação que apura irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova. Wagner é o atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia. 

A Operação Cartão Vermelho busca suspeitos de envolvimento na fraude a licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo investigação, a obra foi superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de R$ 450 milhões. 

A licitação que culminou com a Parceria Público Privada (PPP) foi direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações (FNP), formado pelas empresas Odebrecht e OAS.

O CORREIO entrou em contato com a assessoria do Consórcio Arena Fonte Nova e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e aguarda respostas. Uma coletiva para apresentação de mais informações sobre a operação acontece agora na sede da Polícia Federal, em Águas de Meninos, em Salvador.

Operação Cinco equipes da PF saíram em operação na manhã de hoje. Uma delas, composta de menos cinco policiais federais, cumpriram um dos mandados no escritório da empresa Parceria Inteligente, que ocupa duas salas, de números 337 e 338, no Edifício Max Center, no bairro do Itaigara. 

Quatro policiais, incluindo uma delegada, chegaram por volta de 7h. Eles entraram com duas testemunhas, um segurança e uma funcionária da limpeza do edifício - procedimento seguido pela PF. O segurança saiu da sala pouco depois, e se limitou a dizer que o local funciona como um "escritório virtual" do ramo da construção civil. 

Em nota,  a Parceria Inteligente informou que não é objeto de investigação da Polícia Federal. "O episódio que aconteceu hoje, nas dependências da nossa empresa visa investigar uma das empresas que utilizam o nosso endereço comercial, cuja razão social não pode ser divulgada por estar em segredo de justiça. Reiteramos que a Parceria Inteligente apenas oferta seus serviços de apoio às empresas sem ter qualquer responsabilidade ou ligação com suas operações", explicou a empresa que informou que há mais de 20 anos atua como escritorio virtual oferecendo  os mais diversos serviços para cerca de 500 pessoas jurídicas. 

A Fonte Nova Negócios e Participações (FNP), concessionária responsável pela gestão da Arena Fonte Nova, em nota, informou que aguarda informações oficiais sobre a Operação Cartão Vermelho, deflagrada pela Polícia Federal, nesta segunda-feira (dia 26/02), mas se coloca à disposição das autoridades para colaborar no que for preciso.

A Odebrecht, também por meio de nota, afirmou que está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. "Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas", informou.