PF vai investigar denúncia de mensagens sobre candidatos no WhatsApp

PGR destaca que investigação demanda “corpo pericial altamente gabaritado”

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  • Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2018 às 13:39

- Atualizado há um ano

A Polícia Federal abriu neste sábado (20) inquérito para apurar a divulgação de informações falsas contra os candidatos à presidência, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL),  por empresas contratadas.

A informação foi confirmada pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. O ministro determinou a instauração da investigação, nos termos do pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

A procuradora solicitou investigação para apurar se empresas identificadas espalharam, de forma estruturada, mensagens no WhatsApp contra Bolsonaro e  Haddad. O inquérito será conduzido pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado.

PSL pede investigação O presidente do PSL, Gustavo Bebiano, disse neste sábado (20) que entrará com um pedido na Procuradoria Geral da República (PGR), na próxima segunda-feira (22) para que se investigue a denúncia de compra de pacotes de envios de mensagens em massa contra o PT por empresas que apoiariam o candidato. A questão foi abordada em reportagem do jornal Folha de S.Paulo. "Vamos pedir que essa denúncia, que não tem pé nem cabeça, seja apurada até o fim", disse Bebiano.

PGR pediu investigação A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu na sexta à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para investigar a suspeita de que empresas de marketing digital estariam atuando nessas eleições de maneira estruturada para envio em massa de mensagens pela rede social Whatsapp. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também abriu processo, depois de ação ajuizada pela candidatura de Fernando Haddad (PT) .

Nesta quinta-feira (18), o jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem segundo a qual empresas de marketing digital custeadas por empresários que apoiam o candidato à presidência Jair Bolsonaro estariam disseminando conteúdo em milhares de grupos do aplicativo. Ao rebater as acusações, pelo Twitter, Jair Bolsonaro afirmou que não tem controle sobre apoios voluntários e afirmou que o PT não está sendo prejudicado por fake news, mas pela “verdade”.

A reportagem da Folha de S.Paulo apontou uma rede de empresas contratadas para efetuar os disparos em massa. Os contratos, que chegariam até R$ 12 milhões, seriam bancados por empresários próximos ao candidato, como Luciano Hang, da rede de varejo catarinense Havan. Em seu perfil no Facebook, Luciano Hang disse que vai processar a Folha de S.Paulo e desafiou o jornal a mostrar os contratos de envio de mensagens em massa.

Afronta ao processo eleitoral Segundo o ofício enviado pela procuradora-geral Raquel Dodge ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a situação “exige que se apure quem presta serviços com uso especializado e estruturado de logística empresarial para a divulgação, em massa, de informações falsas”.

Para a procuradora, o quadro de possível interferência na formação de opinião dos eleitores com atuação dessas empresas com mensagens que podem caracterizar ofensas aos dois candidatos “afronta a integridade do processo eleitoral”.

A Procuradora-Geral destaca que a investigação demanda “corpo pericial altamente gabaritado de equipamentos adequados”, uma vez que se trataria de um “novo formato de crime”.