PGR diz que defesa de Geddel quer 'ditar ritmo do processo' sobre R$ 51 mi

Ex-ministro pediu para acompanhar todos os depoimentos de testemunhas no STF

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 15:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Polícia Federal/Divulgação

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou nesta segunda-feira (20) ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, uma manifestação que rejeita pedido feito pela defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) para que o político possa comparecer fisicamente a todos os depoimentos das testemunhas no caso da apreensão dos R$ 51 milhões em um apartamento atribuído a ele em Salvador.

De acordo com Dodge, o fato de os advogados terem interposto agravo regimental contrariando a decisão do relator da ação penal se configura como tentativa “de ditar o ritmo do processo valendo-se, o que é pior, de questões já decididas pela Turma”.

Fachin havia determinado que, diferente da presença física, seria assegurado a Geddel o direito de acompanhar as audiências por videoconferência.

Segundo documento da Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio de videoconferência, Geddel vai ter “contato prévio com sua defesa, poderá fazer intervenções e até questionamentos via sua defesa técnica — tudo em tempo real, online e sensível aos tempos de redução de gastos públicos”, o que, para Dodge, não apresenta nenhum prejuízo ao réu.

O ex-ministro está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, desde setembro de 2017, quando a Polícia Federal encontrou malas de dinheiro em um apartamento no bairro da Graça. Foto: Polícia Federal/Divulgação Raquel Dodge também comenta o questionamento da defesa quanto à marcação das audiências mesmo com pendências acerca de perícia. Para a procuradora, “ao tentar forjar uma relação de prejudicialidade entre os meios de prova, a defesa, busca, na verdade, atrasar o andamento da ação penal”. Por este motivo, a PGR defende que os pedidos feitos pelos advogados de Geddel no agravo regimental devem ser indeferidos pela 2ª Turma do STF. 

O emedebista, o irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, a mãe deles, Marluce Vieira Lima, além do ex-assessor de Geddel, Job Ribeiro Brandão, e do empresário sócio da Cosbat Luiz Fernando Machado da Costa Filho se tornaram réus no Supremo por associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Para o MPF, o dinheiro é resultado da prática de atividades criminosas do político, que é investigado em outras frentes como a Operação Greenfield e Cui Bono.

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier.