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Empresa dona do bimotor resolveu fazer operação de socorro por contra própria, sem informar os bombeiros
Publicado em 21 de junho de 2017 às 20:42
- Atualizado há um ano
O passageiro de um avião monomotor filmou o pouso forçado feito pelo piloto em um rio na Amazônia. As imagens mostram que a aterrisagem, apesar de emergencial, acontece de maneira até tranquila. O piloto e o passageiro sobrevivem ao acidente e se abrigam em árvores próximas. No entanto, o piloto Elcides Rodrigues Pereira, 64 anos, acaba morrendo durante a operação de resgate.Segundo a Folha de S. Paulo, o acidente aconteceu na quarta-feira (14). O passageiro Ednilson Cardoso, 28, gravou a pane no avião e a aterrisagem sobre o rio. As imagens têm 1 minutos e 33 segundos e mostram quando Elcides comunica que fará um pouso forçado no Rio Catrimani, que fica em Roraima. "Estou em cima do rio Catrimani. Vou jogar nele", explica o piloto. O passageiro anuncia, tranquilo, logo depois: "A gente está caindo agora".Logo em seguida, o piloto desliga o avião e o monomotor plana. Ele flutua sobre o rio brevemente e cai enfim na água, sem nenhum desespero de piloto e passageiro. ResgateA história muda na etapa do resgate. Foram horas aguardando pelo socorro. Piloto e passageiro ficam agarrados em árvores que ficam em zona de difícil acesso, em área que pertence aos índios Yanomamis. A empresa Paramazônia Táxi Aéreo, dona da aeronave, resolveu fazer o resgate sem informar ao Corpo de Bombeiros, segundo a Folha. A empresa presta serviço ao Distrito Sanitário Indígena Yanomami. O passageiro Edmilson, que é técnico de enfermagem, viaja sempre de Boa Vista para a terra indígena a trabalho. A empresa enviou ao local um helicóptero e os regastistas usaram uma corda para o socorro. O passageiro amarrou a corda em si mesmo e foi içado. O piloto, já bastante debilitado, não conseguiu se segurar à corda e caiu no rio, desaparecendo. O corpo foi achado somente no sábado (17), três dias após o acidente, pelos bombeiros. O chefe do Corpo de Bombeiros de Roraima criticou a decisão da empresa de não informar imediatamente o órgão. "Só o Corpo de Bombeiros está capacitado para fazer resgates como esse. A chance de sucesso aumenta quando o órgão é comunicado imediatamente", disse Doriedson Ribeiro à Folha.As causas do acidente são investigadas pela Força Aérea Brasileira (FAB).