PM morto em shopping estava com quase R$ 4 mil no bolso

Segundo parentes do subtenente Fortuna, ele foi abordado por bandidos que estavam assaltando uma mulher; dois suspeitos já foram identificados

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  • Gil Santos

Publicado em 30 de setembro de 2017 às 02:00

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O subtenente da Polícia Militar Fabiano Fortuna e Silva, 40 anos, estava com R$ 3.960 no bolso quando foi baleado durante um assalto no estacionamento do Shopping Paralela, nesta quinta-feira (28). A informação foi divulgada pelo pai da vítima, o músico Luiz Carlos Bastos, 65, durante o sepultamento do PM na tarde desta sexta (29). Luiz Carlos teve acesso às informações sobre o crime (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) Ele contou também que o filho, que morava na Mata Escura, recebeu a chave do apartamento novo, no São Rafael, um dia antes de morrer. Fortuna teria sacado o dinheiro e foi até o shopping para comprar acessórios para o imóvel novo. Ele foi abordado durante um assalto, mas os bandidos fugiram sem levar o dinheiro. Apenas arma da vítima foi roubada.

"Na quinta-feira, ele saiu com R$ 3.960 e foi para o shopping para comprar os acessórios para o apartamento dele, porque era muito organizado. Ele estava saindo do shopping, na moto dele, quando tinham dois sujeitos assaltando uma senhora. Ele foi abordado por um dos bandidos, que mandou ele sair da moto. Ele estava de bermuda e camisa, e quando foi descer da moto, a arma, que estava na cintura, apareceu. O cara viu, deu um murro nele e atirou. Não deu tempo dele sacar a arma", afirmou Bastos. Sepultamento do corpo do PM no cemitério Bosque da Paz (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) O crime aconteceu por volta das 15h30. Fortuna caiu ainda com o capacete na cabeça, e os bandidos fugiram deixando para trás a vítima, o dinheiro, carteira, celular e a moto nova do PM, avaliada em R$ 15 mil. Socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula, Fortuna morreu cerca de 3h horas depois.

Amigos do policial contaram para o CORREIO que o dono da moto usada pelos bandidos, e os dois criminosos, já foram identificados, mas não divulgaram os nomes para não atrapalhar a investigação. Ainda segundo os militares, um dos assaltantes já tem um mandado de prisão em aberto.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não deu detalhes da apuração, e informou que não houve novidades em relação ao caso, nesta sexta.

Amigos Fortuna tinha 19 anos na corporação. Ele iniciou a carreira em 1998, quando foi aprovado em um concurso para sargento da Polícia Militar. Na época, o policial tinha 21 anos e estava empolgado com a nova carreira. O tenente Adelson Rodrigues, da 9ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Pirajá), foi colega dele no curso preparatório e trabalhou com ele no último 1 ano e meio. Fortuna passou por diversas unidades da PM (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) "Ele era extremamente profissional, bastante técnico e era muito direito. Ele estava de folga quando tudo aconteceu, mas na verdade a gente não deixa de ser policial quando tira a farda. A gente vive em alerta 24 horas, e não tem vida social como a de outras pessoas. Ficamos o tempo todo tensos, observando tudo e todos. Era um ótimo policial, que vai fazer falta", contou Rodrigues.

Segundo os amigos de Fortuna, ele foi instrutor e participou da capacitação da primeira turma da Guarda Municipal. Nesta sexta, alguns colegas foram se despedir dele no sepultamento, realizado no Cemitério do Bosque da Paz, em Nova Brasília. O PM também trabalhou na Rondesp Atlântico/ BTS, no Batalhão de Choque da Polícia Militar, na Assistência Militar da Prefeitura de Salvador, e há um ano e meio estava na 9ª CIPM. Major Barros comenta sobre a morte do militar durante o enterro (Foto: Almiro Lopes/ CORREIO) O comandante da unidade, major José Barros, destacou a competência do policial. Na terça (26) eles participaram juntos de uma ação na Capelinha de São Caetano que resultou na prisão de um bandido. Fortuna comandava o Pelotão Especial da 9ª CIPM, atuava na parte de instrução da tropa, e coordenava o serviço operacional no plantão.

"Recebemos a notícia com bastante tristeza. Essa é uma perda irreparável. Ele era um profissional bastante compromissado, competente, proativo e atuante. Desenvolvia várias atividades na companhia. Era um profissional que eu posso atestar, enquanto comandante, que era bastante atuante e muito competente. Era uma grande pessoa, muito querido pela tropa e vai deixar muita saudade por tudo o que fez. Era um profissional acima da média", afirmou.

Fortuna era filho único por parte de mãe e tinha uma irmã por parte de pai. Ele não era casado e deixou um filho de 19 anos. Subtenente Fabiano Fortuna e Silva, 40 anos, tinha 19 anos de corporação (Foto: Reprodução)