Pnud recomenda mais estímulo a prática de esportes nas escolas

Organização das Nações Unidas também recomenda um maior envolvimento do Estado na adoção de políticas públicas voltadas para atividades físicas

Publicado em 27 de setembro de 2017 às 04:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: EBC

O país precisa estimular mais a prática física e esportiva em suas escolas, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional 2017.  Somente 0,58% das escolas brasileiras são classificadas como Escola Ativa (classificação pleno e avançado), enquanto 38,56% estão ainda no patamar insuficiente. Metade das escolas está no nível elementar. O relatório define como Escola Ativa aquela em que a distribuição do tempo, da arquitetura e do mobiliário dos espaços, das regras de conduta é mais apropriada para o estímulo e a prática das atividades físicas entre os alunos. 

Entre as escolas públicas, quase metade (46,1%) está no nível elementar, enquanto 42% estão no nível insuficiente. Entre as particulares, 61% estão no nível elementar e 24% no nível insuficiente. No Brasil, 39% das escolas oferecem atividades físicas extracurriculares e 20% abrem nos fins de semana para a prática esportiva.

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) recomenda que os governos, o setor privado e as organizações da sociedade civil adotem políticas públicas e iniciativas condizentes com a importância das atividades. “As políticas de promoção de atividades físicas e esportivas não podem estar focadas somente na responsabilização individual e na mudança de comportamento. Assim, as políticas devem corrigir desigualdades, bem como pensar em soluções sistêmicas, com ênfase na participação e no controle social”, diz o texto.

Para o Pnud, há uma  “alta concentração do investimento privado”, feito especialmente pelas famílias. Isto porque, em 2013, as famílias investiram R$ 51 bilhões em esporte. No mesmo ano, os clubes investiram R$ 4 bilhões e as empresas investiram R$ 2,13 bilhões. Já o financiamento público ficou em R$ 590 milhões, por parte do governo federal, R$ 2,37 milhões das secretarias estaduais e R$ 1,39 milhão das secretarias municipais.

“A ausência do Estado no fomento ao esporte de participação obriga as pessoas interessadas a recorrer ao mercado e pagar para ter acesso a essas práticas”, acrescenta o documento.