Polícia Ambiental prende 20 pessoas e apreende 89 pássaros em Itapuã

Concurso de canto de papa-capins tinha metade das aves em situação irregular

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 10 de março de 2019 às 21:04

- Atualizado há um ano

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Gaiolas foram levadas para a sede da Coppa (Foto: Evandro Veiga) Uma operação da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) prendeu 20 pessoas e apreendeu 89 pássaros da espécie papa-capim, neste domingo (10), em um galpão utilizado para um concurso de canto, no Alto do Coqueirinho, em Itapuã. Dentre as 197 aves participantes do evento, quase a metada estava em situação ilegal. Ou seja, não eram anilhadas e seus proprietários não tinham a liberação do Ibama.   

Mais de cem pessoas estavam no local no momento do flagrante. Na triagem feita pela Coppa, 20 delas foram apontadas como proprietárias dos quase 90 pássaros em situação irregular. “Por isso, essas pessoas foram conduzidas para a delegacia. Animais silvestres não devem ser colocados em gaiolas, a não ser que o Ibama libere”, explicou o subtenente José Damião, que comandou a operação. Veja vídeo do local onde o consurso de canto de pássaros era realizado. 

O oficial da Coppa afirmou que a operação foi montada após o setor de inteligência identificar a possibilidade de realização do evento. Logo cedo, dois policiais à paisana se infiltraram entre os participantes e confirmaram a informação. Quando a polícia ambiental chegou ao galpão, por volta das 7h40 de ontem, não houve resistência. O local, que fica na rua Natividade, foi alugado para a realização doi evento. 

Eram tantas gaiolas que a 15ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) teve que ser chamada para ajudar no transporte. Os 20 detidos foram levados para a Central de Flagrantes, na região do Shopping da Bahia. O delegado plantonista passou boa parte do dia ouvindo os acusados e preferiu não comentar o caso. Os policiais envolvidos na ação disseram que o concurso de canto de pássaros era realizado perante altas apostas em dinheiro. Dos 197 pássaros, 89 foram apreendidos (Foto (Evandro Veiga) Do lado de fora da delegacia, parentes e amigos dos detidos admitiram que havia aves ilegais no concurso de canto, mas disseram que os presos “não são bandidos”. “Todo mundo ali é trabalhador. O problema é que uma parte das aves não tinha documentação e os pássaros estavam sem anilhas”, disse um homem, que preferiu não se identificar.

Outro homem explicou que, em um concurso de canto, as aves são colocadas a 20 centímetros uma da outra. Vence a que cantar mais. Com a apreensão, há dois destinos possíveis para as aves: o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama em Salvador ou o próprio zoológico municipal.