Polícia divulga quem são os atiradores que mataram três pessoas na Praia de Jaguaribe

Suspeitos são primos e atuam nos bairros de Vila Canária e Castelo Branco

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 16:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Alberto Maraux/SSP

A polícia divulgou quem são os atiradores responsáveis pelo ataque que deixou três mortos na Praia de Jaguaribe, na última terça-feira (5). Os criminosos são Felipe Nauã Fiúza Moreira e Caio Mateus Fiúza Catarino, ambos de 25 anos.

Os dois são primos e foram à praia para executar o traficante Lucas Santos da Cruz, que tinha 27 anos, que foi atingido e morreu no local. Eles também atingiram e mataram Juliana Celina da Santana Silva Alcântara, de 20 anos, e Igor Oliveira Lima Filho, de 16 anos. Ambos estavam na areia quando ocorreu o atentado e não tinham nenhum envolvimento com a criminalidade. Juliana e Igor foram mortos por bandidos (Foto: Redes sociais) A dupla, que segue foragida, entrou para o Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública. As informações foram reveladas pelo diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado José Bezerra, na tarde desta sexta-feira (8), em uma coletiva virtual sobre o andamento das investigações do triplo homicídio.

Antes mesmo do atentado na praia, os bandidos, que possuem extensa ficha criminal, já tinham mandado de prisão expedido. 

Os primos foram reconhecidos com o auxílio de imagens de câmeras de segurança, além dos depoimentos dos três criminosos presos por participarem do crime. Até o momento, a polícia já prendeu dois motociclistas responsáveis por irem à praia antes do crime para ver se havia blitz ou policiamento no local, além de apontar onde estava Lucas e transportar os criminosos na fuga. Os condutores das motos receberam R$ 50 e R$ 30 pelo serviço. Além deles, também foi preso o taxista responsável por levar Felipe e Caio ao local do crime e auxiliá-los na fuga.

"No dia de ontem, foi possível a identificação de mais um veículo envolvido no caso. Um táxi, que levou os criminosos até as proximidades e ficou sendo vigiado por horas até o proprietário aparecer e ser abordado pelas nossas equipes. Ao ser confrontado, ele confessou a participação no transporte dos atiradores e cooperou com a investigação”, conta o delegado José Bezerra, também responsável pela investigação. 

Bandidos Felipe figura a carta Rei de Copas. O criminoso é conhecido por atuar nos bairros de Castelo Branco e Vila Canária, e possui passagens na polícia por ter cometido crimes de latrocínio, quando há roubo seguido de morte, e por porte ilegal de arma de fogo.

O criminoso cumpria pena no regime semiaberto, na Colônia Penal de Simões Filho, mas fugiu da unidade prisional no dia 8 de agosto do ano passado e nunca foi recapturado. De acordo com Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), sete detentos fugiram na ocasião, um deles era Felipe. Eles conseguiram tirar os tijolos da parede da cela em que estavam, pularam o muro do pátio e fugiram por um matagal que fica próximo à unidade prisional.

Segundo a 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), Felipe havia sido preso por tentar matar um policial militar em 2016, em um hospital da cidade de Simões Filho, e de roubar a sua arma, uma pistola calibre 380. Além disso, ele também é apontado como autor do homicídio do adolescente Victor Teles de Souza, de 16 anos, no dia 15 de março de 2017, no bairro de Águas Claras.

Segundo o delegado Reinaldo Mangabeira, à época titular da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), Felipe havia flagrado uma conversa da sua namorada com Victor em um aplicativo de troca de mensagens e descobriu que eles trocaram fotos íntimas. O criminoso então teria se passado pela mulher e marcou um encontro com o garoto, próximo à barbearia onde Victor trabalhava, e o matou com nove tiros na cabeça e no tórax.

Felipe também é investigado pelo assassinato de Edmilson Souza Santos, ocorrido em janeiro de 2017, no bairro de Castelo Branco.

Já Caio, que agora é o Cinco de Paus do Baralho do Crime, também tem como área de atuação os bairros de Castelo Branco e Vila Canária. Ele nunca foi preso.

O motorista, que alugou o táxi para participar da ação, também possui ficha criminal e já é conhecido por atuar auxiliando fuga de bandidos em ações criminosas. “É importante ressaltar que o motorista também tem um histórico criminal. Ao todo, são cinco ações penais como crime contra patrimônio e roubo de veículos que existem contra ele. Já é, inclusive, figura conhecida na prática de transporte de criminosos”, acrescenta Bezerra. Felipe e Caio são os responsáveis por matar três pessoas em Jaguaribe (Foto: Divulgação/SSP) Assim como os sobreviventes daquela tarde de terror na Praia de Jaguaribe, os coautores, que transportaram os criminosos, foram essenciais para identificação dos atiradores e a aproximação para que a polícia chegasse ao nome do mandante do ataque.

Quem tiver qualquer informações sobre a dupla pode denunciar através dos telefones 3235-0000 (Salvador e RMS) e 181 (interior) ou pela plataforma on-line do ‘Denuncie Aqui’, disponibilizada no site disquedenuncia.com. O denunciante não precisa se identificar. Lucas era alvo dos criminosos (Fotos: Reprodução e Nara Gentil/CORREIO) Relembre o crime Por volta das 15h desta terça-feira (5), banhistas se divertiam na Praia de Jaguaribe, quando um grupo de cinco homens armados invadiu a faixa de areia atirando. O alvo da ação era Lucas, que correu, mas foi alcançado e morto no local. A estudante de biomedicina na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Juliana e o adolescente Igor estavam na linha dos tiros e acabaram sendo atingidos e mortos.  A mãe de Juliana Celina estava na hora quando a filha foi baleada e passou mal, precisando ser socorrida e medicada. Um outro rapaz que estava na praia, André Luiz Cunha dos Santos, que também não tem envolvimento com a criminalidade, foi atingido e sobreviveu. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgia.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela