Polícia Federal: confira 10 questões comentadas de Língua Portuguesa

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  • Priscila Natividade

Publicado em 16 de julho de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Agência Brasil

O CORREIO começa hoje a dar mais uma ajuda extra para os concurseiros que estão se preparando para o concurso da Polícia Federal. Até o dia da prova, a série especial vai trazer questões comentadas das principais disciplinas que serão cobradas pelo certame. Vamos começar pelas questões de Português. A resolução das 10 questões foi comentada pela professora de Português para Concursos Marilene Silva. Ela é especilista em Gramática e Redação e professora dos cursos Casa dos Concursos e Curso Impar.  Confira: 

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs, durante o encontro dos países desenvolvidos, o G8, que o Fundo Mundial contra a Fome seja financiado a partir de uma taxa sobre o comércio internacional de armamentos.”

1. A correção gramatical e as idéias do texto seriam mantidas caso se substituísse a expressão “a partir de”  por com recursos oriundos.

Resposta: errada. Do ponto de vista gramatical faltou a preposição DE, o que acarretaria erro de regência nominal ( oriundos exige a preposição de)

“Aqui e nos Estados Unidos da América (EUA), a diversidade está em debate.”

2. A retirada da conjunção “e” , cujo emprego é opcional, não altera as relações semânticas do texto.

Resposta: errada. Semântica -  trabalha o sentido, significado, nesse caso a gramática permite a retirada, porém altera o sentido.

“Das 750 filiadas ao Instituto Ethos, 94% dos cargos das diretorias são ocupados por homens brancos.”

3. A substituição de “Das” por Nas não acarretaria problema de regência no período, que se manteria gramaticalmente correto.

Resposta: correta. Embora exista uma pequena alteração semântica (sentido), não há problema sintático, já que a gramática permite as duas preposições DE ou EM.

“A China, o país mais populoso do mundo, virou o segundo mercado para as exportações brasileiras, só atrás dos EUA.”

4.  A forma verbal “virou” está empregada no sentido de tornou; por isso, ao ser por esta forma substituída, não se provoca erro gramatical.

Resposta: errada. Os dois verbos têm o mesmo sentido, porém o verbo tornar é pronominal (tornar-se) , nesse caso faltou incluir a parte integrante do verbo o SE.  Ex.: A China tornou-se o segundo mercado.....

“Os pesquisadores recomendam uma série de medidas que podem reduzir a incidência desses acidentes.”

5. Transforma-se a oração explicativa “que podem reduzir a incidência desses acidentes” em restritiva pela inserção de vírgula depois de “medidas” .

Resposta: errada. A regra está invertida, a oração adjetiva restritiva não tem vírgula, adjetiva explicativa sim.

“Os pesquisadores do IPEA fizeram um estudo sobre um tipo de acidente que — apesar de freqüente  e algumas vezes grave — recebe pouca atenção de autoridades e especialistas em segurança viária: a queda de pedestres em ruas e calçadas.”

6. Se os travessões  fossem substituídos por vírgulas, o período em que ocorrem se manteria gramaticalmente correto.

Resposta : Certa. Os travessões além de marcar fala de personagens, isolam informações com características explicativas, (aposto explicativo ou oração subordinada adjetiva explicativa) e podem ser substituídos por vírgulas sempre.

“Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de 16 situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.”

7.  A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo “a” em “a esse estado de coisas”

Resposta: errada. Diante do pronome demonstrativo essa não se usa crase, nesse caso existe apenas a preposição A  por causa da regência  do verbo chegar.

“A avaliar pela situação que se vive nas escolas, talvez esta prática de formação não tenha servido ao que se propôs. E não se poderá imputar a responsabilidade à incipiente  concepção, à escassez de recursos, à falta de financiamento dos Programas...”

8. No contexto em que ocorre, a conjunção “E” possui sentido adversativo, podendo ser substituída, sem prejuízo para os sentidos do texto, pela conjunção mas.

Resposta: correta. O conectivo E também tem valor adversativo. Podendo ser substituída por (mas. porém, todavia, entretanto, contudo).

9. Sem prejuízo da correção gramatical do texto, a locução “Por que” poderia ser substituída por Porque no trecho “Por que falharam os programas de formação?”

Resposta: errada. O pronome interrogativo no início da oração será separado e sem acento. Porque junto será conjunção ou,se antecedido de artigo, será substantivo ex.: o porquê.

“Inicialmente me parece interessante reafirmar que sempre vi a alfabetização de adultos como um ato político e um ato de conhecimento”

10. A correção gramatical do texto seria prejudicada caso o pronome “me”, em “me parece” , fosse deslocado para logo após “parece”, da seguinte forma: parece-me.

Resposta: correta. A palavra inicialmente é advérbio, por isso uma palavra atrativa, obrigando a ocorrência de próclise (pronome antes do verbo).

DICA DE MESTRE ' A banca cobra de quem estudou, que domina a teoria', destaca a professora Marilene (Foto: Divulgação) Tipo de prova A professora de Português para Concurso e especialista em Gramática e Redação Marilene Silva destaca a complexidade das provas elaboradas pela banca examinadora do Concurso da Polícia Federal: “Na prova da Cespe, o candidato julgará as afirmações certo ou errado. Por isso é preciso ter muito cuidado. Cada questão tem mais de uma afirmação, é necessário observar cuidadosamente cada detalhe. Principalmente porque cada questão errada anula uma certa”, orienta.  Geralmente, a prova de português costuma não apenas cobrar a resposta, mas indaga o aluno sobre o raciocínio que usou para chegar até ela. “A banca cobra de quem estudou, de quem domina a teoria. O principal que o candidato precisa  discernir é a diferença entre morfologia semântica e morfologia sintática. É um raciocínio diferente”, destaca. A professora considera a prova Cespe de Português como uma das mais inteligentes. “Para mim é a melhor prova do mercado. A complexibilidade está na maneira como ela cobra o conteúdo. É preciso ter cautela e habilidade. É uma prova de concentração. Se você sabe fazer a prova da Cespe está preparado para qualquer outra prova de concurso público”. A dica então é usar as provas antigas não só para responder as questões, mas também para estudar o conteúdo. “Abra as provas anteriores e leia as alternativas verdadeiras. Elas dão um banho de gramática. Você tem a chance de aprender aquela regra e por que ela foi usada”.