Polícia Federal cumpre mandados de prisão em 4 estados, DF e exterior

Operação investiga a atuação de doleiros que enviam recursos ao exterior

Publicado em 3 de maio de 2018 às 06:38

- Atualizado há um ano

A Polícia Federal cumpre mandados em mais um desdobramento da Operação Lava Jato, na manhã desta quinta-feira (3). Os mandados estão sendo cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além de Paraguai e Uruguai. São cerca de 40 mandados de prisão. A operação conta com o apoio de autoridades uruguaias e visa a desarticular esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa.

A operação investiga a atuação de doleiros que enviam recursos ao exterior através de uma ação conhecida como “dólar-cabo”. Essa expressão representa o modo como o dinheiro é enviado ao exterior. O principal alvo é Dário Messer, apontado como o principal doleiro do país. 

De acordo com o G1, a polícia informou que eram 3 mil empresas offshore em 52 países, que movimentavam US$ 1,6 bilhão (R$ 5,6 bilhões). As empresas ficam em paraísos fiscais e são usadas para ocultar o verdadeiro dono do patrimônio depositado em uma conta.

O grupo usava softwares que unia doleiros do mundo todo, o que o Ministério Público Federal chama de instituição financeira clandestina, ainda conforme o site. Com isso, eles conseguiam monitorar o dinheiro entre quem está no exterior e quem está no Brasil.

Por volta das 6h, os agentes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal chegaram ao apartamento de Dário na Avenida Delfim Moreira, no Leblon. O doleiro também tem casa no Paraguai, por isso também há mandado de prisão no país vizinho.

Dário, que tem o apelido de Cagarras porque seu apartamento na Zona Sul do Rio fica em frente ao arquipélago, também já foi investigado nos esquemas do Banestado e do Mensalão. Os agentes também estão na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, onde mora Sérgio Mizhray, apontado pela investigação como doleiro.

Operação no Sul

No Rio Grande do Sul, um dos mandados é contra Antônio Claudio Albernaz Cordeiro, engenheiro agrônomo que já havia sido preso também em uma fase da operação Lava jato deflagrada em março de 2016, na fase que recebeu o nome de Xepa.

O desdobramento surgiu a partir das delações do doleiro Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony. Eles trabalhavam para o governador Sérgio Cabral.