Polícia Federal faz operação contra deputado estadual Marcelo Nilo

Nilo já foi cinco vezes presidente da Assembleia Legislativa da Bahia

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 07:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

O Ministério Público Eleitoral  (MPE) e a Polícia Federal fazem operação na manhã desta quarta-feira (13) em Salvador que tem como principal alvo o deputado estadual Marcelo Nilo (PSL).  A PF realiza buscas na Avenida Cardeal da Silva, no Centro Administrativo da Bahia (CAB) e no bairro do Horto Florestal, onde mora o político. Além de deputado, Nilo, que tem 62 anos, é engenheiro civil. Ele foi presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) por cinco vezes e está no sétimo mandato como deputado estadual. 

De acordo com o MPE, a Operação Opinião tem o objetivo de cumprir sete mandados de busca e apreensão em endereços de Salvador, dentre os quais na residência do deputado e no seu gabinete na Assembleia Legislativa, no CAB. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE/BA), com base em representação formulada pela Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia (PRE/BA), em procedimento que investiga o crime de falsidade eleitoral, previsto no artigo 350 do Código Eleitoral, envolvendo também a empresa Bahia Pesquisa e Estatística Ltda – Babesp. Marcelo Nilo está no seu sétimo mandato como deputado estadual Foto: Divulgação "Os fatos são objeto de investigações em andamento tanto no Ministério Público Eleitoral quanto na Polícia Federal, que buscam apurar se o deputado Marcelo Nilo prestou informação falsa à Justiça Eleitoral, havendo indícios de que ele seria o controlador de fato da Babesp e que utilizaria a referida pessoa jurídica para contabilização fraudulenta de recursos utilizados de maneira ilegal em campanhas politicas, o que se costuma chamar de 'caixa 2'. Além disso, há suspeita de possível manipulação do resultado das pesquisas eleitorais divulgadas por aquela empresa", afirmaram a PF e o MPE, em nota. 

Segundo o MPE, os alvos da operação foram os endereços residenciais e profissionais do político; de seu genro Marcelo Dantas Veiga; do sócio da Babesp Roberto Pereira Matos; e a sede da empresa Leiaute Comunicação, na Avenida Tancredo Neves. A operação visa apreender documentos, papéis, registros e dados arquivados em equipamentos de informática que possam contribuir com as investigações.

"Cerca de 30 policiais federais participaram da ação e dois membros da Procuradoria Regional Eleitoral acompanharam as buscas na Assembleia Legislativa e no endereço residencial do deputado. O nome da operação, Opinião, é uma referência à empresa investigada, cujo objeto seria a realização de pesquisas de opinião", destacam o MPE e a PF.

Em nota divulgada no final da tarde, a Leiaute Comunicação negou já ter realizado campanha política para Nilo e justificou que trabalha com diversas empresas fornecedoras de pesquisa de opinião, inclusive com a Babesp. “A Leiaute tem total interesse em fornecer informações e documentos que possam elucidar os fatos de forma transparente e o mais brevemente possível, para que possamos seguir em frente com a mesma postura ética de sempre”, comenta o comunicado, que afirma ainda que a empresa estará sempre à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento necessário.

O CORREIO tentou contato com o deputado Marcelo Nilo, a Babesp, Marcelo Dantas Veiga e Roberto Pereira Matos, mas até o momento ninguém retornou o contato. 

Genro recém-formado Em agosto de 2013, quando era presidente da AL-BA, Nilo nomeou como subprocurador-geral da casa Marcelo Dantas Veiga, 23 anos, pouco mais de um mês após o rapaz receber o diploma de Direito, na Unijorge. Marcelo, à época, namorava a filha mais jovem do deputado, Natália Nilo. A nomeação causou ciumeira entre advogados que formavam a equipe jurídica da Assembleia. Por causa da repercussão, Marcelo foi exonerado um mês depois.