Polícia identifica e busca homem que matou funcionária de farmácia no Abaeté

Dara foi encontrada morta no dia 30 de dezembro

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  • Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2019 às 12:16

- Atualizado há um ano

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A Polícia Civil identificou um suspeito de matar Dara dos Santos Cavalcante, de 23 anos, funcionária de uma farmácia, que foi morta no dia 30 de dezembro. O corpo da vítima foi encontrado nas dunas da Avenida Dorival Caymmi, em Itapuã. De acordo com a Polícia Civil, Fernando Gabriel Souza dos Santos, de 25 anos, foi identificado pelos policiais da 1ª Delegacia de Homicídios / Atlântico (1ª DH / Atlântico), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), como autor da morte. 

Segundo as investigações da Polícia Civil, a vítima foi abordada por um morador da mesma região onde ela morava, quando retornava do trabalho para casa, e não foi mais localizada. "A 1ª DH / Atlântico aguarda o resultado da perícia para saber se houve violência sexual contra Dara dos Santos. A Justiça determinou mandado de prisão temporária do criminoso. Quem tiver informações sobre Fernando Gabriel, pode ligar sem precisar se identificar para o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública, (71) 3235-0000 e 181 para o interior do estado", afirmou a polícia, em nota.  Foto: Divulgação A morte de Dara deixou um clima de tristeza e medo entre os moradores de Nova Brasília de Itapuã, bairro onde morava. Desde que o corpo dela foi encontrado, vizinhos e familiares lamentam a morte da jovem e dizem se sentir inseguros no local, já que o culpado ainda não foi preso.  O corpo de Dara foi encontrado nas dunas de Itapuã (Foto: Acervo pessoal) Dara trabalhava em uma unidade da rede de farmácia Extrafarma, no bairro da Pituba. A mãe da jovem sentiu falta da filha após ela não ter voltado para casa no domingo (30), depois do trabalho. No dia seguinte, a comunidade saiu para procurá-la e achou um pedaço da farda que ela costumava usar no trabalho. Em seguida, os vizinhos encontraram o corpo. A Polícia Militar foi acionada por volta das 18h40, quando o corpo foi levado para o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR).

Enterro e despedida “Essa morte não pode ficar por nada. Eu como mulher e como mulher negra de periferia me sinto no dever de fazer algo a respeito, para que parem de nos matar”, promete a mãe de santo Mãe Jaciara, do terreiro Axé Abassá de Ogum.

Amiga da família de Dara, a ialorixá pretende organizar um protesto nessa quinta-feira (3), junto com outras mulheres da localidade, para evitar que o caso caia no esquecimento e que ninguém seja responsabilizado pelo crime. 

O enterro de Dara aconteceu nesta quarta-feira (2), no Cemitério de Pirajá, às 14h. Em entrevista ao CORREIO, Mãe Jaciara conta que ajudou nos preparativos, pois a mãe da jovem não tinha condições de fazê-lo.“É deprimente, ela (a mãe de Dara) está muito mal, muito triste. Os vizinhos é que estão dando comida a ela, cuidando dela”, lamentou a mãe de santo. Feminicídio De acordo com a ialorixá, este é o segundo homicídio praticado contra mulheres em Nova Brasília de Itapuã nos últimos meses. “Três casas antes do meu terreiro, mataram uma mulher estrangulada, e agora Dara”, lamentou. Ela contou que a comunidade suspeita de um homem que pratica assaltos com frequência na localidade e que também é usuário de drogas. 

Ainda segundo Mãe Jaciara, uma foto do suspeito circula pelo WhatsApp dos moradores da região, como uma forma de alertar a população para que tomem os devidos cuidados. Ele está desaparecido desde a morte de Dara. O homem não teria nenhum envolvimento emocional com a vítima, mas a comunidade desconfia que o caso se trata de um feminicídio. 

A Polícia Civil, que está investigando o caso, no entanto, afirma que não é possível afirmar se o crime se trata de feminicídio, pois não há como tipificar o crime sem saber a sua motivação. A polícia tem indicativo da autoria do delito, mas não divulgou o nome do suspeito.

Os policiais aguardam os laudos periciais do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para saber a causa da morte. A investigação está sendo liderada pela delegada Milena Calmon, titular da 1ª Delegacia de Homicídios (Atlântico). 

Dara namorava um rapaz da região. Vizinha da jovem, a ialorixá viu a menina crescer. “Era menina de casa, uma jovem normal que trabalhava, era feliz, conhecida por todo mundo aqui. A família de Dara é evangélica. Ela não frequentava o terreiro, mas quando a gente se torna mãe de santo de uma comunidade, a gente vira mãe da comunidade”, afirmou.