Polícia mata quatro suspeitos de tráfico no Complexo do Nordeste de Amaralina

Confrontos aconteceram após morte de policial no sábado (9)

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  • Milena Hildete

Publicado em 12 de junho de 2018 às 09:03

- Atualizado há um ano

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A violência que atinge Salvador e Região Metropolitana (RMS) desde o final de semana parece não ter fim. Entre esta segunda-feira (11) e terça (12), quatro homens morreram no bairro da Santa Cruz, no Complexo do Nordeste de Amaralina, na capital baiana.

Wesley Santos Batista da Silva, 22 anos, foi atingido por disparos de arma de fogo na região do tórax, na Rua Hélio Lacerda. De acordo com o boletim de ocorrência do Hospital Geral do Estado (HGE), uma guarnição da polícia que fazia ronda na região tentou entrar em uma casa, que fica localizada na rua, para prender um homem armado. Ao entrar na residência, conforme o boletim, Wesley começou a atirar nos policiais. 

Em seguida, segundo a ocorrência, houve uma troca de tiros e Wesley foi atingido. Ele foi encaminhado para o HGE e acabou não resistindo. 

Outro homem, ainda não identificado, também foi baleado no bairro. A vítima, segundo a ocorrência, estava dentro de uma casa na Rua Emídio Pinho. Ainda de acordo com o boletim, uma guarnição da polícia foi chamada para atender um chamado na casa onde o homem estava, no entanto, quando os policiais chegaram no local, houve troca de tiros. "Houve revide dentro da proporcionalidade sofrida", diz o boletim. A vítima também foi encaminhada ao HGE e não resistiu.

Já na madrugada, mais dois homens foram baleados no final de linha do Nordeste de Amaralina. Anderson Silva Machado, 19, foi atingido por disparos de arma de fogo na região do tórax. Ele estava com Rafael Souza Bispo Santos, também atingido no tórax. Segundo o boletim, a polícia fazia rondas na região quando avistou as vítimas.

Rafael e Anderson estavam armados, segundo a polícia. Ao perceber a presença da guarnição, houve troca de tiros e eles acabaram atingidos. As vítimas não resistiram. Com eles, a polícia encontrou duas pistolas, 211 pinos de cocaína e um tablete de maconha prensada.

Polícia Militar Em nota, a Polícia Militar informou que na madrugada desta terça, policiais militares da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT)/Rondesp Atlântico faziam patrulhamento no Largo do Elite, na Santa Cruz, "e com a aproximação da viatura um grupo de indivíduos começou a atirar contra os policiais militares".

Dois foram baleados, levados ao HGE, mas não resistiram. Os outros integrantes do grupo fugiram, segundo a PM.

Já sobre a morte na Rua Emídio Pio, na manhã dessa segunda, a PM disse, também em nota, que o homem atirou contra os policiais quando eles estavam fazendo ronda. "Duas equipes da 40ª CIPM realizavam rondas na Rua Emídio Pio, quando um indivíduo atirou contra os militares e no revide o criminoso foi atingido e socorrido para o HGE, onde não resistiu. A guarnição apreendeu com ele um revólver calibre 38, três aparelhos celulares, quatro relógios, R$ 62 em espécie, e uma porção de maconha", diz o texto da corporação.

E na Rua Hélio Lacerda, por volta do meio-dia de segunda (11), segundo a PM, uma equipe de uma guarnição da Rondesp Atlântico revidou aos tiros contra os militares e o criminoso foi encontrado atingido. "Ele portava uma pistola 9mm, com carregador municiado, 33 pinos de cocaína, um aparelho celular, sendo socorrido ao HGE, onde morreu".

Onda de violência A onda de violência no bairro começou desde o último sábado (9), quando o policial militar Gustavo Gonzaga da Silva, 44, foi morto e torturado na Santa Cruz.

Para se ter ideia, o final de semana de 9 e 10 de junho foi o mais violento do ano. Foram registrados, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), 29 homicídios entre 0h de sábado e domingo. Além das mortes, foram registradas também outras três tentativas de homicídios.

"A determinação da Secretaria da Seguranaça Pública é sufocar o tráfico de drogas local e continuaremos 24h no bairro patrulhando". A informação foi divulgada nesta terça-feira (12) pelo comandante da Rondesp Atlântico, major Edmundo Assemany, e se refere às regiões da Santa Cruz e Nordeste de Amaralina, onde o cabo Gustavo Gonzaga da Silva foi torturado e morto no sábado (9). 

A SSP investiga se a onda de violência em Salvador e na Região Metropolitana (RMS) no último fim de semana foi uma retaliação pela morte de dois policiais militares na semana passada.

De acordo com o titular da pasta, o secretário Maurício Barbosa, a SSP investiga até mesmo a possibilidade de ação de um grupo de extermínio. Em entrevista ao CORREIO, ele destacou que foi um fim de semana ‘atípico’ – especialmente por sair de uma sexta-feira (8) em que não houve nenhum assassinato para registrar 17 no dia seguinte.