Polícia ouve novas testemunhas sobre as mortes em Maragojipe

Mãe e filhas morreram em três segundas-feiras seguidas; ninguém foi preso ainda

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  • Fernanda Santana

Publicado em 20 de setembro de 2018 às 16:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Adriane com as filhas Ruteh e Greisse (Foto: Reprodução) A Polícia Civil de Maragojipe, no Recôncavo baiano, ouviu nesta quinta-feira (20) novas testemunhas sobre as mortes por suspeita de envenenamento na cidade, ocorridas há quase três meses. Em contato com o delegado Marcos Veloso, que não atendeu ao CORREIO, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) negou que haja suspeitos no caso.

Uma das testemunhas ouvidas é uma conhecida da família. A mulher, que não terá o nome divulgado, conheceu a família na igreja e chegou à delegacia por volta das 13h. Ainda segundo a família, ela ficou indignada quando o delegado Marcos Veloso solicitou a exumação:“Ela não queria que fizesse isso de jeito nenhum. Ficava perguntando: para que abrir a menina?”, lembra o familiar.As vítimas morreram em três segundas-feiras seguidas, no dia 30 de julho, 6 e 13 de agosto deste ano. Primeiro faleceu Greisse Santos da Conceição, 5 anos, depois Ruteh Santos da Conceição, 2, e, por último, Adriane Ribeiro Santos, 23.

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O laudo cadavérico preliminar, divulgado no dia 17 de agosto, não encontrou substâncias toxicológicas nos corpos da marisqueira Adriane e de sua caçula, Ruteh. Greisse, 5 anos, foi a primeira a morrer; Ruteh, 2 anos, a segunda (Foto: Reprodução) O delegado responsável pelo caso, então, solicitou a exumação do corpo de Greisse, que foi a primeira a morrer e acabou enterrada por "morte natural". Antes da divulgação desses resultados, houve nesta quinta (20) uma acareação entre as testemunhas. Os detalhes dessa acareação não foram divulgados.

O médico que atendeu Ruteh e Adriane, Sávilo Santana, falou ao CORREIO, nesta quinta, que enviou o laudo como toxicação exógena, desconfiando da hipótese de envenenamento. A polícia ainda aguarda a conclusão dos laudos.

Amiga de igreja A relação da mulher citada pela família começou em cultos numa igreja evangélica da cidade. Ela, inclusive, chegou a pagar pelo último aniversário de Greisse. Mas Adriane, aos poucos, começou a querer se afastar da mulher: não gostava de alguns comentários da nova amiga.“Ela disse que não queria mais ela [como amiga], não. Teve até uma conversa em que a mulher disse: se Buí [como era chamada Adriane] não abrir o olho, eu tiro ela de Jeferson”, comentou a fonte.Jeferson Eduardo Brandão, 29, casado com Adriane e pais das meninas, também esteve na delegacia, juntamente com a sogra (mãe de Adriane) e uma cunhada (irmã da marisqueira). O CORREIO não conseguiu contato com eles nesta quinta à noite.

*Com supervisão do editor João Gabriel Galdea.