Policiais dizem não ter certeza de que artista plástico de Candeias tinha arma

Afirmação é da filha de Nadinho, que acompanha a reconstituição do crime 

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  • Carol Aquino

Publicado em 7 de junho de 2018 às 22:44

- Atualizado há um ano

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A noite desta quinta-feira (7) é de muita emoção para a família do artista plástico Arnaldo Filho, o Nadinho, 61. A polícia está fazendo a reconstituição da morte do idoso, que foi atingido por policiais militares durante uma abordagem que terminou com a morte da vítima dentro de seu ateliê, no bairro Santo Antônio, em Candeias, Região Metropolitana de Salvador. 

“Está tudo muito confuso. Não dá para ver muito o que está acontecendo. Os policiais estão dizendo que ele tinha uma arma, mas não tem certeza se era uma arma. São versões”, disse Márcia Cristina dos Santos, filha da vítima fatal. 

Além dos peritos, estão presentes testemunhas e os três policiais militares acusados do crime. “É muita emoção, a gente está vivendo o que a gente não viu. A versão de quem acha que foi assim. Só vemos versões, não vemos a realidade”, apontou a mulher, sobre a reconstituição, que começou por volta das 19h40, horário em que o crime foi cometido, no dia 21 de abril deste ano. 

Até as 22h, somente as testemunhas e um dos policiais tinham prestado depoimento e apresentado suas versão do que aconteceu na noite daquele dia. Na data, os policiais entraram na casa porque tinham recebido uma denúncia de que um homem havia invadido uma residência no bairro. 

“Nós vamos continuar aqui até o fim, para esperar o que vai acontecer. Precisamos de respostas, porque já passaram 47 dias e ainda não temos uma posição. Queremos justiça, a cidade de Candeias está sufocada por essa espera", disse a filha do artista plástico. 

Revolta A morte do artista gerou revolta no município da Região Metropolitana. Nadinho era conhecido em toda a cidade, e os protestos por causa da violência da qual foi vítima geraram manifestações de pesar da Paróquia do Município, do prefeito e de vereadores. 

A família chegou a ser recebida pelo Comandante Geral da Polícia Militar, Anselmo Brandão, que prometeu rigor na apuração dos fatos. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar.