Policial civil baleado em assalto é transferido de hospital após melhora

Força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) investiga o crime; ninguém foi preso

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  • Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2017 às 11:50

- Atualizado há um ano

O investigador da Polícia Civil Cláudio Luiz Ferreira Lacerda, 42 anos, apresentou melhora no quadro de saúde e esboçou as primeiras reações nesta sexta-feira (23) - dois dias após ser baleado no pescoço e ter sua arma levada, durante um assalto, ocorrido na noite de quarta-feira (21), no bairro do Barbalho. O policial, que estava internado em estado grave na UTI do Hospital Ernesto Simões Filho, no Pau Miúdo, foi transferido, nesta manhã, para a UTI do Hospital da Bahia, na Pituba. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Marcos Maurício, Cláudio apresentou uma melhora considerável."Hoje ele acordou pela primeira vez, depois do ocorrido, e até tentou falar. Foi sedado de novo para não se desgastar", disse ao CORREIO. Conforme Maurício, o investigador reage bem ao tratamento. Procurado pelo CORREIO, o delegado Odair Carneiro, coordenador da força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que investiga crimes contra policiais, afirmou que a equipe tem participado das investigações e que não há novidades sobre o caso.Crimes contra policiaisEm entrevista ao CORREIO, o titular da 1ª Delegacia (Barris), Lúcio Ubirecê comentou a incidência de crimes contra policiais civis. "Na época que eu entrei na polícia, há muito tempo, bandido passava longe da gente. Agora eles falam que 'matam mesmo e roubam a arma'. Olha só o ponto a que isso chegou", lamentou Lúcio, fazendo referência ao policial civil Luiz Santos de Jesus, 59, assassinado a tiros há sete dias, no bairro da Liberdade.Marcos Maurício também comentou o curto espaço de tempo entre os dois casos. "Isso é um sinal claro de que temos uma segurança pública falida. Não pelos profissionais, mas a Polícia Civil e Militar está órfã de gestão. A SSP está de joelhos, pedindo para marginal que não mate mais policiais", desabafou o presidente do Sindpoc. Sobre a estrutura da polícia, na ocasião da morte do investigador na Liberdade, a SSP-BA informou, em nota, que, nos últimos dois anos, foram contratados mais de  600 novos policiais civis, 1.700 PMs e 65 peritos. Além disso, cerca de duas mil viaturas renovaram a frota das polícias. "O investimento em pessoal e equipamentos vem sendo feito. Falar sobre  a violência sem abordar  as suas  causas se torna uma discussão rasa que em nada acrescenta ou melhora a segurança pública", disse a SSP.