Policial civil é morto a tiros no Engenho Velho da Federação

Luis Cláudio Batista Lopes era chefe do Serviço de Investigação (SI) da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), em Brotas

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  • Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2018 às 17:01

- Atualizado há um ano

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O policial civil Luis Cláudio Batista Lopes, 58 anos, chefe do Serviço de Investigação (SI) da Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) de Salvador, foi morto a tiros na tarde deste domingo (28) no Beco da Rabada, no Engenho Velho da Federação. Segundo informações da PM, policiais da 41ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Federação) foram acionados após uma suposta troca de tiros na Rua Apolinário Santana.

“Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o policial civil com disparos de arma de fogo no corpo e prestaram socorro para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade”, disse a PM, em nota ao CORREIO. No boletim de ocorrência registrado no posto da Polícia Civil do HGE, consta que Luis Cláudio foi encontrado caído no interior de seu veículo.

O crime aconteceu por volta das 15h deste domingo. De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Luis Cláudio estava saindo de casa com a esposa quando foi surpreendido por um grupo armado. O policial morava na Avenida Francisco e estacionava o carro no beco. Ao tentar sair, foi surpreendido pela ação. Um vizinho do policial acordou assustado com os tiros e se jogou no chão, mas não soube precisar a quantidade de disparos. De acordo com agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mais de dez tiros foram disparados.

Luis Cláudio foi baleado no pescoço, tórax e braço esquerdo. O carro dirigido por ele, um Santa Fé branco, placa FJM-5975, de Taubaté (SP), ficou com marcas de tiros, assim como um Fiat Palio prata, que estava estacionado ao lado, mas estava vazio. No Sanfa Fé, os tiros atingiram o vidro do lado do motorista. Já no Palio, há marcas de tiros no vidro lateral, também do lado do motorista, e na porta. Há, ainda, uma poça de sangue no chão, ao lado da porta do Santa Fé, e marcas de sangue cerca de dois metros atrás do carro. Crime aconteceu por volta das 15h deste domingo (28) (Foto: Júlia Vigné/CORREIO) A Força Tarefa da SSP-BA que investiga mortes de policiais já apura o caso. O coordenador da Força Tarefa, delegado Odair Carneiro, disse que a esposa de Luis Cláudio poderá prestar mais informações sobre os autores do atentado. “Hoje mesmo iniciamos a ouvida de testemunhas, para dar a maior celeridade não só à investigação, mas uma resposta de toda a polícia a este ato covarde contra o colega”, disse.

No local, o delegado José Bezerra, diretor do DHPP, que fez as diligências, afirmou não ter indícios de autoria ou motivação do crime. “A gente não acredita que tenha vinculação com o fato dele ser policial”, disse. Ele afirmou, ainda, que após a ação, o autor do crime teria fugido pelo beco da Avenida Francisco, onde o policial morava.

Na ocorrência registrada no posto policial do HGE, consta que Luis Claudio portava uma pistola .40, três carregadores, 40 munições intactas, um porta-carregador, um carteira com vários cartões e R$ 1.000 em espécie. O material bélico foi entregue ao delegado Maurício Dias, do DHPP, e os bens pessoais entregue à família.

Segundo informações da DAI, onde Luis Cláudio era lotado, ele trabalhava lá há pelo menos seis anos. “Uma pessoa muito querida pelos colegas e um profissional exemplar. Estamos todos mobilizados nas buscas pelos criminosos envolvidos e, sem dúvidas, a resposta será dada”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Bernardino Brito, que determinou prioridade nas investigações do caso. Segundo a polícia, Luis Cláudio estava de folga.

O investigador é o primeiro policial baiano morto este ano, segundo a SSP-BA. Mas, ele foi o segundo a ser baleado em 24 horas. Anteontem, outro policial civil foi baleado na mão ao reagir a uma tentativa de assalto na Av. San Martin. Marcas dos tiros ficaram no Santa Fé dirigido por Luis Cláudio e em um Palio estacionado ao lado (Foto: Júlia Vigné/CORREIO) Outro atentado Em fevereiro do ano passado, o próprio Luis Cláudio, o filho dele - o agente penitenciário Luis Cláudio Batista Lopes Filho -, e o advogado André Cerqueira Santos sofreram um atentado no mesmo local, a Rua Apolinário Santana, no Engenho Velho da Federação. Na ocasião, o filho e o advogado foram baleados por membros da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM). O policial civil, no entanto, conseguiu se esconder atrás de um carro e não ficou ferido. Todos os quatro envolvidos na ação foram presos na época.