Policial civil foi um dos clientes assaltados no restaurante em Brotas

Segundo testemunhas, ele perseguiu os bandidos logo após o crime e participou do tiroteio

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  • Gil Santos

Publicado em 31 de março de 2017 às 22:08

- Atualizado há um ano

Um dos clientes assaltados no restaurante Dona Yoko, em Brotas, na tarde desta sexta-feira (31), era um policial civil. Segundo testemunhas, o investigador perseguiu os bandidos logo após o assalto. A identidade dele não foi divulgada. O crime aconteceu na avenida D. João VI, por volta das 15h. Houve perseguição e um suspeito morreu, dois foram baleados e um foi preso. Dois policiais militares também ficaram feridos.

Segundo testemunhas, quatro homens chegaram ao local em um carro Siena, cinza, e estacionaram em frente ao Shopping Brotas Center. Três deles desceram e caminharam até o restaurante, enquanto o outro permaneceu no carro. Um dos suspeitos estava armado e outro carregava uma mochila. Eles vestiam camisa polo branca e calça jeans. Carro Siena de placa clonada usado no crime pelos suspeitos (Foto: Betto Jr/ CORREIO)A primeira vítima foi um homem que estava entrando no restaurante. Os bandidos anunciaram o assalto e exigiram que ele entregasse a mochila. Em seguida, entraram no estabelecimento e roubaram celulares, notebooks e dinheiro dos clientes e funcionários. Uma testemunha contou que os três suspeitos deixaram o local e caminharam até o carro como se nada tivesse acontecido. 

Na saída, um dos bandidos colocou o braço para fora do carro e atirou para cima. O objetivo era liberar o trânsito que estava com retenção. "Quando os homens atiraram, todo mundo saiu correndo e os clientes do restaurante saíram e começaram a gritar: 'ladrão! ladrão!", contou um homem que trabalha na região e presenciou o crime.PerseguiçãoO policial perseguiu os bandidos em um veículo Corola. Alguns metros à frente, os assaltantes enfrentaram uma nova retenção no trânsito e, para conseguir escapar, invadiram a contramão. Segundo um agente da Transalvador que passava pelo local no momento da confusão, eles começaram a atirar para fazer os motoristas saírem da frente. Um dos tiros acertou o parabrisa de um veículo Uno, onde estava um casal e um bebê.

“Eles atiraram porque o rapaz demorou em desviar o carro. O tiro não acertou ninguém, mas o rapaz perdeu o controle do veículo e bateu em um poste”, contou, em anonimato. Os tiros atraíram a atenção de uma viatura da 26ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Brotas) que estava por perto, o que deu início a uma perseguição. A confusão só terminou 1,2 km depois do local do assalto, quando o Siena foi interceptado por outra viatura e o tiroteio ficou mais intenso. O carro ficou parado próximo a uma agência do Bradesco e em frente a um condomínio, em uma região movimentada do bairro.

FeridosEm uma das laterais do Siena foi possível contar 14 buracos de bala. Dentro do carro estavam Franklin Moraes Costa Neres dos Santos, 18, baleado na coxa esquerda; Márcio Jesus Santos, 30, atingido no abdômen e na coxa; Francisco Paulo Palhares Júnior, 30, que não ficou ferido; e Márcio Vinicius Matos Santos, 22, baleado em diversas partes do corpo. Ele foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos. Os outros dois baleados seguem internados.Dois policiais também ficaram feridos. Um foi atingido na mão direita. O outro foi  baleado na mão e no braço esquerdos. Os dois foram socorridos para o HGE, onde foram medicados e liberados. Dentro do Siena os policiais encontraram armas, celulares e dinheiro. Todo o material foi apresentado no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação do caso.