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Policial do DHPP morto em confronto é sepultado no Cemitério Campo Santo


 

Rogério Lima Ribeiro foi baleado por traficantes durante uma força-tarefa no bairro de Lobato; tiro atravessou a lateral do colete

  • Priscila Natividade

Publicado em 28/04/2018 às 18:00:29
Atualizado em 18/04/2023 às 08:37:08
. Crédito: Foto: Marina Silva

Familiares, amigos e colegas de trabalho prestaram neste sábado as últimas homenagens ao policial civil Rogério Lima Ribeiro, 46 anos, morto na tarde de ontem (27) durante um confronto com bandidos no Lobato. O investigador foi sepultado no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, onde era grande a movimentação de viaturas da Policia Civil e de agentes fardados.  O investigador trabalhava na 3ª Delegacia de Homicídios do DHPP e deixa esposa e uma filha de 11 anos (Foto: Marina Silva/ CORREIO) “Profissional experiente, querido, trabalhador, que amava o que fazia. Era um exemplo de policial. Só temos elogios. A polícia toda era amiga dele”, afirmou o delegado e coordenador da força-tarefa, Odair Carneiro. 

Ainda de acordo com ele, ou autores do crime já foram identificados. “De imediato os policiais civis ocuparam a região junto com a polícia militar, dois seis envolvidos, dois foram a óbito e quatro foram identificados. São traficantes de droga que atuam na área”. 

Rogério estava na polícia há oito anos. O investigador trabalhava na 3ª Delegacia de Homicídios (BTS), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele deixa a esposa e uma filha de 11 anos.  Na sexta-feira, o investigador saiu por volta de 14h para a diligência na qual acabou baleado, próximo às pedreiras na região da Santa Luzia do Lobato.  No confronto, um tiro atravessou a lateral do colete à prova de balas usado pelo policial, na parte desprotegida, e atingiu o seu tórax.  Chefe da força-tarefa, o delegado Odair Carneiro lamentou a morte do investigador: 'profissional experiente, querido, trabalhador que amava o que fazia' (Foto: Marina Silva/ CORREIO) “Infelizmente foi uma fatalidade. Tinha quatro equipes com quatro policiais cada, quando fomos surpreendidos com os disparos de arma de fogo. O tiro pegou no local onde não é coberto por nenhum tipo de colete”, acrescentou o delegado. 

Colega de profissão, o investigador Hamilton Lins trabalhava diretamente com Rogério no DHPP. “Era um policial que tinha iniciativa e estava sempre a frente das operações. Companheiro, participante, interagia com toda equipe e por isso era muito querido. Não é por um acaso que o cemitério está lotado. Ele deixou esse legado de amizade”, lamentou.  

O secretário de Segurança Pública do estado, Maurício Barbosa, também esteve presente na cerimônia de despedida do policial civil: “Lamentável perder a vida de um companheiro. Presto minha solidariedade. Morreu heroicamente, trabalhando, dando sua vida pela sociedade. É por isso que a gente luta e por isso é tão importante reconhecer o trabalho destes guerreiros”. 

Sobre o caso 

Rogério foi atingindo durante uma operação policial planejada há 15 dias e que tinha como objetivo prender integrantes da facção responsáveis por homicídios e assaltos. “O local quem domina é a BDM. Um dos líderes de lá é Coresta, que atua nas localidades de Pedreira e Bananeira”, disse o investigador Marcos Maurício, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc). 

A facção age também nas localidades de Barriquinha (Capelinha), Ladeira do Cacau (São Caetano), Boa Vista de São Caetano e Santa Luzia do Lobato, onde Rogério foi baleado. A investida contra os traficantes contou com aproximadamente 40 policiais, entre civis e militares. A operação partiu de uma investigação de agentes da 29ª Delegacia (Lobato) com o auxílio da 4ª DP e com o apoio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e policiais das Rondas Especiais (Rondesp).