Por que te deram esse nome?

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • D
  • Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 17:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

As ruas de Salvador têm cheiro da histórias com personagens distintos, alguns vivos na memória do povo e outros esquecidos pelo tempo que impiedosamente não para.

Desde criança, achava engraçado o nome de alguns lugares como Matatu de Brotas, Lobato, Curuzu, Pernambués…

Alguns desses lugares, eu consegui descobrir o motivo da nomeação por pesquisar e assim chegar ao entendimento que sempre se tratava de uma homenagem a alguma família, personalidade ou até mesmo acontecimento naquele lugar.

Por exemplo, fiquei um tempo tentando entender Martagão Gesteira, nome que soa até engraçado se não soubéssemos que ele foi um médico, escritor, livre-docente, professor, filantropo e gestor público na área da saúde infantil que nasceu no final do século XIX na Bahia e morreu no em 1954 no Rio de janeiro. Fácil. Cajazeiras não preciso nem pensar: Cajá- Zeiras.

Outro nome que me deixou encabulado foi Malvinas. Esse nome era o original do então hoje chamado Bairro da Paz. Diga-se de passagem, na época em que a ocupação começou nas imediações da Avenida Paralela, eu participei com minha mãe da invasão em busca de um pedaço de terra para sair do aluguel que morávamos no Curuzu mas fomos relocados para o bairro da Fazenda Coutos, outro nome de bairro que com certeza homenageia uma família dona de terras. Depois de muitas brigas e confrontos com o exército, a mando do prefeito da época, sob a justificativa de que a comunidade que se levantava na entrada da cidade poderia causar uma má impressão para os que chegavam no aeroporto e tinham que passar para aquele caminho para entrar na cidade, saímos. Isso aconteceu exatamente em 1982 e o fato de estar acontecendo a guerra entre Argentina e o Reino Unido disputando os arquipélagos austrais ou ilhas, como queiram chamar, inspirou o nome daquela comunidade, Bairro das Malvinas.

Mas também existem mudanças de nome que até hoje muita gente questiona, mas sem efeito, como por exemplo, o Aeroporto de Salvador que já foi chamado de 2 de Julho em homenagem a independência da Bahia iniciada em 1822 e hoje chama-se Luiz Eduardo Magalhães. Não se hoje alguém poderia mudar o nome por exemplo do Vale do Canela para Vale dos Carnaval. O Dique do Tororó já é dos Orixás e ninguém tasca.

Só sei que tem algumas pessoas e seus respectivos nomes que eu pude ver de perto e ouvir. Essas pessoas foram e são dignas de homenagem tão significativa ou até mais que ter o seu nome gravado nas placas que intitulam um lugar. Tem gente que se foi e deixou um legado tão grande que vale a pena pensar e lembrar dos seus feitos quando passamos por aquele bairro, rua, ao entrar numa repartição publica ou privada. Homens e mulheres que deixaram um legado tão grande que o cheiro dos seus feitos são fortes como um bom perfume que alimenta o corpo e alma.

Cito aqui duas mulheres marcantes  na cultura baiana que marcaram a vida de muita gente nas suas passagens pela terra: Irmã Dulce e Stella de Oxóssi.

As duas foram mulheres à frente do seu tempo e que partiram deixando sementes brotadas de amor, generosidade e afeto, ensinando ao povo baiano que precisamos ser mais humanos e  nos ligarmos cada vez mais com o sagrado.

Irmã Dulce foi reconhecida pelo Papa, é Santa. Stella de Oxóssi trazia consigo a santidade natural de Oxóssi confirmado nas terras de Afonjá trazido do continente africano. Irmã Dulce é nome de hospital e praça. Stella de Oxóssi, nome de avenida recém reformada em Salvador. Espero que seja assim com os os que já se foram e fizeram grandes obras em terras soteropolitanas mas também os que estão vivos. Já imaginou uma escola fora do Candial se chamar Carlinhos Brown? Ou uma Avenida com nome Mário Gusmão?

E para finalizar, gostaria de saber quem pode me responder o que significa Trobogy. Homenagem a quem? Por quê? Não vale olhar no Google.