'Pornô feminista' cresce e invade Oscar da pornografia brasileira

Ex-BBB May Medeiros e a atriz Mila Spook concorrem na categoria Melhor Diretor no Prêmio Sexy Hot

Publicado em 11 de setembro de 2018 às 14:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Pela primeira vez, o Prêmio Sexy Hot, considerado o Oscar do pornô brasileiro, terá mulheres concorrendo na categoria Melhor Direção. As indicadas e desbravadoras são Mila Spook, 29, e May Medeiros, 30, conhecidas por filmes com enredos e enquadramentos que colocam em evidência o prazer feminino no gênero, em grande parte feito por homens e para homens. O único homem na parada contra as meninas é Marcello Cavalcantti.

As duas diretoras fazem parte de um movimento que busca incluir mais mulheres e novos formatos na indústria pornográfica. Um dos nomes mais famosos desse novo olhar do pornô é a sueca Erika Lust, que ficou conhecida em 2013 quando criou um selo e estilo próprios de produções direcionadas à mulher. Além de se dizer abertamente feminista e contrária ao modelo clássico de pornografia.  May participoou do BBB 12 e concorre ao prêmio de Melhor Diretora (Foto: Divulgação) Ex-BBB 12, May Medeiros está na carreira há nove anos e já assinou 14 direções. “Comecei como parte de um movimento de questionamento do corpo. O que víamos - e ainda se vê - são estereótipos de corpos femininos. A mulher de unha grande, do bronzeamento artificial. Não existia uma variedade de corpos e somente uma forma de sexo”, disse ao Universa. 

A diretora conta que no início da carreira foi vítima de preconceito, principalmente de homens mais experientes na área. Ela diz que alguns homens mais velhos na pornografia chegavam à conclusão de que ela era uma atriz pornô só de olhar para ela. May Medeiros concorre pelo filme "Bruxas", do selo XPlastic, que também concorre nas categorias Melhor Cena de Sexo Anal e Melhor Cena de Sexo Oral.

Cadastre seu e-mail e receba novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, tecnologia, bem-estar, pets, decoração e as melhores coisas de Salvador e da Bahia:

Mila Spook divide com May a indicação para Melhor Diretora e também aparece em outras indicações com os filmes de sua produtora. Trabalhando como atriz pornô há quase cinco anos, decidiu abrir sua própria produtora há um ano. “A pornografia me fez conhecer o pior do homem. Pensei em desistir porque muitas das produtoras com as quais trabalhei não se preocupavam com a saúde das mulheres. O pornô nacional ainda é extremamente machista. Foi aí que decidi fazer as coisas do meu jeito”, contou ao Universa. Além de dirigir, Mila Spook atua. Em [Des] Conectados, ela participa da cena enquanto comanda a direção (Foto: Divulgação) Sua produtora Spook Show concorre também na categoria Melhor Ator Hétero, Melhor Atriz Homo Feminina, Melhor Cena de Ménage, Melhor Cena de Sexo Oral, Melhor Filme Hétero, Revelação do Ano – Hétero e Revelação do Ano – LGBT com o filme "[Des] Conectados".

A linha de pensamento que as duas seguem ganhou força no Brasil com a criação do selo “Sexy Hot Produções”, em 2017. As produtoras fazem filmes, o selo compra essas obras e veicula a mais de 300 mil assinantes na TV por assinatura. Por isso, marcas como a Xplastic, que cria conteúdo fora do mainstream há vinte anos, conquistaram público mais amplo e liberdade para explorar novos formatos. 

O que consolidou mais ainda a decisão por exibir essas produções foi uma pesquisa da Playboy do Brasil, grupo que controla o Sexy Hot. De acordo com a pesquisa, 54% dos assinantes de canais adultos são mulheres. Em abril, May assinou a direção de “O Encontro”, filme da Xplastic financiado pelo selo Sexy Hot Produções. A equipe é formada por mulheres da maquiagem à direção de fotografia. No entanto, ambas rechaçam a ideia de que fazem pornô feminista. “Pessoas são feministas. Não existe produto assim. Há pessoas feministas fazendo pornografia e isso é maravilhoso”, finalizou May.Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: