Portos baianos: ‘Queremos deixar um legado para esse setor’

Em entrevista ao CORREIO, o secretário Nacional de Portos Diogo Piloni Silva comentou os principais gargalos da atividade portuária no estado

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 24 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

O secretário Nacional de Portos Diogo Piloni Silva conversou com o CORREIO sobre privatizações, perspectivas, necessidade de autonomia, gargalos para o setor portuário baiano. Ele foi um dos palestrantes do Seminário Portfólio de Investimentos nos Portos da Bahia, promovido pela Codeba e pelo CORREIO.

Como tem sido a atuação da nova gestão? O que mudou? 

A secretaria é formada por um corpo técnico pautado por decisões técnicas. Então, isso de fato é uma oportunidade única. Queremos deixar um legado para esse setor que a gente ama e no qual estamos inseridos há algum tempo.De fato, queremos fazer com que o setor amadureça dos pontos de vista regulatório e de melhor prestação de serviço.Estamos sempre falando do “potencial” do setor. O que você vê de diferente para que o potencial se torne realidade? 

O reconhecimento que deveríamos nos pautar pela pujança e pelo interesse que a iniciativa privada tem de investir no setor. Autorizamos, de 2013 para cá, uma enormidade de terminais de uso privado. Atrelados a isso foram autorizados investimentos deR$ 25 bilhões. 

Por que os investidores se sentiriam atraídos?

Quando sinalizarmos a correção de rumo, teremos, naturalmente, o investidor do nosso lado. Estrangeiro e nacional. A sinalização é a de que haverá melhoria no cenário econômico. E cabe a nós, gestores públicos, que isso, é claro, se concretize em oportunidades de negócio.Não estamos defendendo pauta de entregar ativos de graça, que o setor privado entre de qualquer forma, mas de um projeto que atenda ao interesse público, mas que tenha atratividade. Que o privado se sinta seguro de que vai investir e terá retorno.O senhor fala muito de melhoria de gestão. Qual seria, hoje, o principal problema? 

Por muito tempo, as companhias das docas acabaram sendo utilizadas como mecanismo de acomodação político-partidária. Isso no Brasil inteiro e em todo lugar do mundo.Essa relação do porto, que é um ativo importantíssimo, acabou se estruturando dessa forma. Mas, por outro lado, temos que buscar modelos em que tenhamos separação de interesses. O Seminário Portfólio de Investimentos nos Portos da Bahia - Oportunidades de Outorgas foi uma realização do CORREIO e Codeba, com o patrocínio da J. Macêdo e UItracargo, apoio institucional da Braskem e apoio da Fieb, Usuport, Associação Comercial da Bahia e Contermas. 

QUEM É

Diogo Piloni é especialista em gestão portuária, passou pela Agência Nacional  de Transportes Aquaviários e trabalhava há cinco anos na Secretaria de Transportes Aquaviários. Também foi diretor do Programa de Parcerias em Investimentos da Presidência da República.