Postos de combustíveis reajustam etanol acima de R$ 0,19 em Salvador

Dos dez estabelecimentos percorridos pelo CORREIO neste sábado (22), três estão com reajuste do álcool superior à alíquota; maior aumento foi de R$ 0,30

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  • Verena Paranhos

Publicado em 22 de julho de 2017 às 16:55

- Atualizado há um ano

Na tarde deste sábado (22), o CORREIO percorreu dez postos nas avenidas Vasco da Gama, Ogunjá, Bonocô, Centenário e no bairro da Federação, em Salvador, e constatou que sete reajustaram o valor dos combustíveis, repassando para as bombas o aumento da alíquota do PIS/Cofins, antes mesmo de os produtos chegarem com a nova tarifação. Dos sete visitados, três estabelecimentos aumentaram o preço do etanol acima do imposto que voltou a ser cobrado, no valor de R$ 0,1964 por litro. 

O maior aumento foi de R$ 0,30, R$ 0,11 a mais do que o estipulado. No posto Albalonga (Shell), na Vasco da Gama, de um dia para o outro o etanol pulou de R$ 2,99 para R$ 3,29. No Zeus (bandeira branca), no Ogunjá, o álcool passou a ser vendido R$ 0,25 mais caro (de R$ 2,92 para R$ 3,17), enquanto no J.A. Sobral (BR Petrobras), na Bonocô, o reajuste foi de R$ 0,22 (de R$ 2,99 para R$ 3,21).  O maior aumento de Etanol encontrado foi de R$ 0,30 (Foto: Arquivo CORREIO)Embora a conta mostre que ainda é mais vantagem usar gasolina do que etanol (saiba como calcular), tem consumidor que ignora as indicações de especialistas. “Mesmo a proporção sendo maior do que 70%, eu continuo abastecendo com álcool. Para mim, é melhor. É um absurdo esse aumento”, disse a autônoma Ingrid Almeida, que já não lembra a última vez que encheu o tanque de seu veículo flex. “Só dá para colocar aos poucos”, completou ela.

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa o setor, apesar do etanol ter sofrido reajuste inferior ao da gasolina, que foi de R$ 0,41, o produto sai perdendo. Em nota, a entidade se manifestou neste sábado (22) contra a decisão do governo de elevar os impostos de combustíveis. Atualmente, abastecer com álcool só é vantagem nos estados de Mato Grosso e São Paulo. Em 23 anos de trabalho em postos de gasolina, o chefe de pista Euvaldo Correia, nunca viu os produtos atingirem valores tão altos. “O consumidor está reclamando. Passou a abastecer pouco, só o necessário”, destaca. Segundo ele, a quantidade de gasolina vendida pelo estabelecimento chega ao dobro do etanol. “A diferença na procura ainda é grande”, constata.

O Posto Sissi P4, na Federação, um dos três locais visitados que mantêm o valor antigo, chegou a aumentar o preço cobrado nas bombas na noite desta sexta-feira (21), mas voltou atrás. Na manhã deste sábado, a gasolina voltou a ser vendida a R$ 3,77 o litro e o álcool por R$ 2,99.

Por lá, o motorista de Uber Ivan Nascimento aproveitou para economizar enquanto ainda consegue. “Se já estava ruim antes, imagine com a gasolina passando de R$ 4. Não vai dar para continuar rodando, pois trabalho com carro alugado. Já estou procurando emprego em qualquer área”, confessou ele.