Prédio de três andares começa a ser demolido em Ondina

Imóvel estava abandonado há 15 anos; no local será construído uma baia de ônibus

Começa a ser demolido na tarde deste sábado (28) um prédio de três andares abandonado na Avenida Oceânica, no bairro de Ondina, nas imediações do Sukiaki. A previsão é de que o serviço só seja concluído na noite deste domingo (29), fazendo com que até lá o trecho entre as ruas Pedra da Sereia e Santa Pua permaneça interditado, com acesso liberado apenas para moradores e comerciantes locais. 

De acordo com o administrador Milton Magalhães, de 57 anos, que mora no edifício Maria José - vizinho ao prédio - há 46 anos, o imóvel já serviu como residência, salão de beleza e até como restaurante francês. A última configuração, segundo ele, foi a tentativa de construir um hotel, quando outros dois andares foram erguidos.  No entanto, antes de o empreendimento se tornar uma realidade, o dono morreu e foi iniciada uma briga entre seus sete herdeiros. Ainda de acordo com o vizinho, o edifício está vazio há 15 anos.

De acordo com o engenheiro Celso Jorge,  da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), responsável pela obra, dez pessoas realizarão a demolição do edifício. A derrubada do prédio será feita com o suporte de uma retroescavadeira.  Segundo ele, a demolição é necessária por conta da estrutura do prédio, que estava precária. 

"A estimativa é de que essa estrutura estava há 15 anos vazia, sem manutenção. As ferragens estão expostas e as colunas precárias. Então foi necessário realizar essa intervenção", disse.

A demolição do edifício faz parte do projeto de melhorias para a região e, após a demolição, o local dará espaço para a construção de uma baia de ônibus. Segundo o secretário de Mobilidade Urbana do Município, Fábio Mota, a baia vai facilitar o trânsito de veículos na região. "Como será construída uma nova pista para a parada dos ônibus, isso vai deixar de impactar no trânsito da região, porque os ônibus terão um recuo para parada, deixando assim a via livre", explicou. 

Ele destaca ainda que no local serão construídos dois abrigos de ônibus."Atualmente o ponto que existe no local não comporta um abrigo, então vai melhorar a vida dos passageiros, que passarão a contar com abrigos para se protegerem do sol e da chuva enquanto aguardam o transporte", avalia.

A ação da prefeitura atraiu curiosos. O laminador de fibra de vidro Paulo Sérgio, de 56 anos, conta que é vizinho do prédio desde criança. "Eu vim ver porque esse edifício faz parte da minha história. Desde sempre ele estava aqui. Quando nasci, ele já estava aqui".

O segurança Djavan Santos, de 37 anos, não estava sabendo da demolição. Ele foi até a praia de Ondina para acompanhar seus amigos surfistas e, no local, parou para ver o prédio vir abaixo.

A demolição estava prevista para ser realizada na semana passada, mas foi transferida para esta semana devido a questões judiciais. A desapropriação da área foi publicada no Diário Oficial do Município do dia 14 de maio. Por decreto, a área passou a ser considerada de utilidade pública. 

Segundo informações da Transalvador, este trecho da avenida Oceânica já está parcialmente interditado desde o dia 2 de maio, no sentido Rio vermelho, em razão das obras de requalificação que vêm sendo realizadas na área.