Prefeito defende BRT e rebate críticas ao projeto de mobilidade

Novo modal é motivo de mobilização em Salvador

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  • Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2018 às 14:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

O prefeito ACM Neto defendeu o projeto do BRT, na manhã desta segunda-feira (7), e disse que o assunto foi debatido por cinco anos. As declarações aconteceram depois que artistas se mostraram contrários a ação, e de uma manifestação que aconteceu ontem à tarde, na Avenida Juracy Magalhães.

O tema surgiu durante a coletiva de nomeação de cinco novos secretários municipais, no Palácio Thomé de Souza. ACM Neto afirmou que o BRT é uma promessa de campanha dede 2012 e que as pessoas contrárias ao novo modal estão fazendo política, ou desconhecem a fundo a matéria.

"Esse foi um projeto amplamente debatido com a cidade. Foram feitas audiências públicas. A imprensa debateu e, inclusive, cobrou a liberação de recursos para as obras (na época do governo da presidente Dilma Rousseff)", disse Neto.

O cantor Caetano Veloso e o nutricionista Daniel Cady, marido da cantora Ivete Sangalo, fizeram declarações contrárias ao novo modal. “Se algumas pessoas só quiseram tomar conhecimento dele a partir de uma visão equivocada de outros que tentam fazer debate político, paciência. Eu convido que conheçam o projeto antes de opinar e ficar contra o projeto”, afirmou.

Por conta do projeto, 169 árvores serão transplantadas e outras 154, suprimidas. A prefeitura planeja plantar duas mil árvores para compensar a retirada das plantas, seguindo o que determina o Plano Diretor de Arborização Urbana de Salvador, em vigor desde 2017.

O gestor afirmou que além de resolver o problema de mobilidade na região, o BRT vai solucionar a questão dos alagamentos que acontecem com frequência. Ele disse que com o novo modal será possível sair da Lapa e chegar à região do Shopping da Bahia em apenas 15 minutos.

Quem anda de carro também deve perceber melhorias no tráfego, por conta dos viadutos que irão eliminar semáforos, cruzamentos e retornos. Na prática, será possível sair da Avenida Garibaldi e dirigir até a Avenida Luiz Viana Filho sem passar por sinaleiras.

"O que vejo é um grupo muito pequeno de pessoas que não andam de ônibus protestando. Pessoas que não sabem o sacrifício de andar de ônibus, que não vão precisar pegar o BRT. Esse grupo quer fazer marola. Essa manifestação é muito limitada. E tentam fazer um discurso sem fundamento", concluiu.

Na primeira etapa – que terá 2,9 quilômetros e vai ligar o Cidade Jardim (Parque da Cidade) à região do Shopping da Bahia (Estação de Integração BRT/Metrô) – serão investidos mais de R$ 212 milhões. A rota completa vai da Estação da Lapa ao Shopping da Bahia.  Transplantes de árvores é motivo de polêmica (Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO) Árvores A polêmica começou depois que a prefeitura anunciou que fará o transplante de 169 árvores e que outras 154 serão suprimidas. Ativistas contrários ao projeto estão organizando manifestações na região onde essas ações estão acontecendo.

A prefeitura planeja plantar duas mil árvores para compensar a supressão dos vegetais, seguindo o que determina o Plano Diretor de Arborização Urbana de Salvador, em vigor desde 2017.

Cerca de 45% das árvores retiradas para a passagem do BRT serão plantadas no Parque da Cidade, como o coqueiro desta terça. O restante será plantado no entorno dos corredores por onde vai circular o BRT, na Avenida ACM.

No dia 25 de abril o primeiro espécime foi transplantado. Era escolhido um coqueiro com cerca de 7 metros de altura, das raízes às extremidades das folhas, e pesando 1,5 tonelada. Ele foi levado para o Parque da Cidade.

A preparação começa com antecedência, pelo menos 30 dias antes do transplantio, quando a árvore passa por uma poda que deve reduzir a copa de 30% a 50%. No Parque da Cidade, o berço onde o coqueiro foi transplantado já estava preparado e escavado. Após a escavação, o local foi adubado e irrigado.