Prefeitura adia data de início das aulas em Salvador para dia 22 de fevereiro  

Início das aulas presenciais segue sem previsão de retorno 

  • Foto do(a) author(a) Marcela Vilar
  • Marcela Vilar

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 14:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Smed

O início das aulas na rede municipal de ensino em Salvador foi adiado para o dia 22 de fevereiro, anunciou nesta sexta-feira (12) o prefeito Bruno Reis, durante a entrega de uma geomanta em Matatu de Brotas. A volta estava prevista para o dia 18 e a jornada pedagógica começaria no dia 15, ou seja, na próxima segunda-feira. A modalidade ainda será de forma remota, pela televisão. Bruno não explicou o motivo do adiamento, mas disse que as escolas municipais já estão preparadas para o retorno. Ainda não há previsão para o retorno das aulas presenciais. 

“Dia 18 de fevereiro a gente faz a jornada pedagógica com todos os atores do corpo pedagógico da prefeitura, e dia 22 começam as aulas virtuais de forma remota. Os protocolos estão definidos e o calendário é sincronizado entre prefeituras e o governo do estado, até porque nossos alunos saem da rede municipal e vão para a rede estadual”, esclarece o prefeito.  

As aulas presenciais voltarão de forma híbrida, com 50% dos alunos, e escalonada, isto é, nem todos os estudantes irão para a sala de aula todos os dias (relembre aqui todos os itens do protocolo municipal).  

O prefeito ainda disse que se reuniu ontem (11) com o governador da Bahia, Rui Costa, para alinhar as medidas sanitárias. Segundo Bruno, o protocolo em conjunto foi definido e, na próxima semana, eles vão estabelecer os critérios para o retorno presencial. Ele ressaltou que, se os indicadores da covid-19 continuarem altos, não há perspectiva para essa volta. “Todos nós queremos a retomada da educação, ficou evidente, ontem, na reunião. Mas, todos têm a noção de que, com os números da forma que estão, não há como retomar a educação nesse momento”, explica. 

O objetivo é voltar o ensino presencial assim que for possível. “Não adianta voltar a educação de faz de conta. Muitos lugares voltaram sem a obrigatoriedade de o professor lecionar, sem o aluno precisar voltar para a sala de aula. A gente quer voltar de verdade, esse é um consenso entre prefeituras e governo do estado”, comenta. 

Dentre os critérios para a volta às aulas, estão a ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), número diário de novos óbitos e de novos casos do novo coronavírus e o fator RT, que mede a capacidade de transmissão da doença. “Vamos definir objetivamente quais serão os critérios, se serão um, dois ou até cinco, e qual o percentual de cada critério desse pra que a gente tenha condições de retomar as aulas de forma presencial, como foi com a retomada de atividades, em que estabelecemos, por exemplo, o critério de 65% com 5 dias de estabilidade pra ir acionando as fases”, exemplifica o prefeito.  

Bruno reitera que sempre defendeu o estabelecimento de uma data para que, principalmente, a rede privada possa se programar. Ele demonstrou preocupação com o fechamento de escolas particulares. “Pequenas e médias escolas de bairro estão quebrando. Até dezembro, elas conseguiram sobreviver, porque tinha aquela redução de jornada da medida provisória federal que permitiu a redução de salário. A partir de janeiro não tem. Os pais não estão matriculando essas crianças e elas vão fechar”, alertou o prefeito.  

Com o fechamento das escolas particulares, haveria um aumento da demanda de alunos na rede pública. “Vamos dizer que a gente tenha condições de retornar em março, abril ou maio. Na hora que os pais forem matricular essas crianças, essas escolas não existir. E essas crianças vão vir para onde? Para a rede pública municipal e estadual. E muito provavelmente nós não teremos vaga. Não é fácil criar cinco mil vagas na educação da noite para o dia. Não se constrói uma escola em um dia, uma semana ou um mês”, afirmou Bruno Reis.  

*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro