Prefeitura demite professora após postagem com ofensa a nordestinos

O caso se tornou público após comentários da professora gerarem revolta nas redes sociais

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  • Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2018 às 20:02

- Atualizado há um ano

A Secretaria Municipal de Educação de Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, decidiu demitir uma professora, que não teve a identidade divulgada, após ela públicar ofensas a nordestinos no Twitter. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, a colaboradora do Programa Operação Trabalho (POT) deve ter sua demissão oficializada nos próximos dias "por problemas de enquadramento no POT".

O caso se tornou público após comentários da professora gerarem revolta nas redes sociais, onde ela recebeu uma enxurrada de críticas  após ela compartilhar uma notícia sobre o Ceará e ofender, de forma geral, as pessoas que nasceram na região Nordeste. A postagem foi feita no final de agosto.

Ao tomar conhecimento da postagem, a jornalista Camila Soares, 25 anos, que mora em Fortaleza, tomou a iniciativa de alertar a Prefeitura de Teresópolis sobre o que a professora estava publicando na rede social. Ela contou ao jornal Extra que assim que viu o post não imaginou que fosse algo sério, pois pensou que pudesse ter sido um comentário irônico.

No entanto, ao ler outras publicações, com ofensas a não apenas nordestinos, mas também a gays e lésbicas, a jornalista se deu conta de que era preciso denunciar a autora daquelas mensagens. "Respondi ao tuíte dela sobre os nordestinos, afirmando que eu a denunciaria. Ela disse que eu podia denunciar, que poderia falar mal dela para quem quer que fosse, que ela tinha uma conta reserva (no Twitter) e continuou falando mal do meu povo", disse ao Extra.

Pouco tempo depois, porém, a internauta começou a enviar pedidos de desculpas "a cada uma das pessoas que se sentiram ofendidas". Isso não foi suficiente para fazer Camila mudar de ideia sobre denunciar a autora das ofensas.

A jornalista contou ainda que, depois de pedir desculpas, a professora a bloqueou e excluiu os outros perfis nas redes sociais.  "Fico profundamente triste quando leio esse tipo de coisa. Sou uma pessoa que defende a cultura nordestina. É esperado que todo período eleitoral a gente ouça comentários assim, mas não podemos deixar essas piadinhas com nossos costumes para lá. A gente dá um duro tão grande, também construímos esse país. É muito chato ouvir que somos alienados. Nem acho que demitir resolva o problema, porque uma medida mais reparadora, como uma semana de trabalhos sobre a cultura nordestina, seria mais eficaz", avaliou Camila.

No Facebook da professora, constava a informação que ela trabalhava na Secretaria de Educação de Teresópolis. Ao ser notificada por e-mail, a pasta advtertiu a professora do Programa Operação Trabalho (POT).

"Seu desligamento do programa está para ser oficializado nos próximos dias, por problemas de enquadramento no POT", disse a prefeitura em nota.