Prêmio CBPM de Mineração fecha ano em que setor cresceu 50% na Bahia

Setor teve desempenho expressivo em 2020

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  • Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2020 às 21:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Patrick Silva/CBPM

A entrega do Prêmio CBPM de Mineração 2020 para a Mineração Caraíba e o de Personalidade do Ano para o diretor, Manoel Valério, no último dia 18 de dezembro, marcou também o encerramento de um ano muito positivo para a mineração baiana. O setor cresceu mais de 50% em relação ao ano anterior, consolidou a quarta posição da Bahia na lista de produção mineral comercializada e ultrapassou a marca de R$ 10 milhões doados em ações contra o coronavirus, segundo o Sindicato das Mineradoras Baianas (Sindimiba). 

Criado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) no ano passado, o prêmio visa reconhecer as ações de destaque das mineradoras baianas. Em 2020, foram inseridas duas novidades: a categoria Personalidade da Mineração e uma consulta popular, que ficou disponível durante todo o mês de novembro.  Outro destaque desta edição foi a participação do artista plástico Bel Borba, que esculpiu os troféus.

A Mineração Caraíba e seu diretor foram os mais indicados em consulta que ficou aberta durante o mês de novembro no site da CBPM. 50% das mais de 500 colaborações escolheram a Caraíba como empresa do ano. Valério ficou com 47% dos votos para personalidade. Outras empresas que se destacaram na consulta foram Atlantic Nickel, JMC Yamana Gold e Largo Resources. Na categoria de personalidade, foram bastante citados o vice-presidente da Yamana, Sandro Magalhães, da Atlantic Nickel, o CEO, Paulo Castelari e o diretor financeiro, Milsom Mundim, e o CEO da Largo Resources, Paulo Misk.

A Caraíba passou por uma impressionante recuperação econômica nos últimos quatro anos. Quem vê a empresa que movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2020, mantém mais de 3200 empregos, investiu em pesquisa e pretende expandir em 10% a produção para o próximo ano não imagina que há apenas quatro anos ela teve sua principal mina alagada, entrou em recuperação judicial e quase fechou as portas.

“Depois de quase um ano sem produzir ao longo de 2016, conseguimos voltar às nossas atividades no ano de 2017. De lá pra cá a nossa história tem sido de superação, de sucesso. Nós produzimos no primeiro ano de retomada 20 mil toneladas de cobre e vamos fechar 2020 com quase 43 mil toneladas. Temos muito orgulho deste crescimento e do que a empresa representa para a região, nossos funcionários e todos que atuam de forma direta e indireta com a Mineração Caraíba”, disse Eduardo de Come, diretor financeiro, ao agradecer pelo prêmio de Mineradora do Ano em nome da empresa. 

Manoel Valério, que recebeu os prêmios no auditório da CBPM, em Salvador, se disse privilegiado por atravessar as dificuldades recentes junto com a empresa, elencou ações importantes, como a recuperação do maquinário que ficou submerso e a retirada da água que inundou a mina da empresa, e deu destaque ao trabalho com as comunidades. “Nós trabalhamos forte com as pessoas das mais de 80 comunidades do Vale do Curaçá. Essa relação começou há 12 anos e teve grande apoio da UFBA e do INEMA. O resultado disso é que temos uma evolução nos projetos socioambientais, que vem crescendo nos últimos 12 anos. A gente não deixa recuar”, disse Valério.

O diretor também ressaltou o trabalho de prevenção ao coronavirus. “Tivemos a menor incidência de coronavirus entre mineradoras no país. Adotamos um protocolo muito rígido, seguido de maneira fantástica. Trabalhamos forte com as pessoas, com os municípios, conscientizando de que estávamos todos no mesmo barco. Eu telefonava toda semana para os prefeitos envolvidos, trocávamos ideias. As mesmas medidas que adotamos na mineração eles adotavam nas cidades. Senão não adiantava”, afirmou.

Para o presidente da CBPM, Antonio Carlos Tramm, a premiação é a consagração de um processo difícil e delicado, com o qual poucas empresas conseguiriam lidar. “Não é todo o dia que vemos uma recuperação vertiginosa como foi a da Caraíba. Uma empresa de importância indiscutível para a Bahia, que emprega mais de 3000 pessoas e coloca o nosso estado com destaque na produção de cobre nacional. Queremos que essa história de superação seja mais conhecida e tida como exemplo de perseverança e enfrentamento das dificuldades”, diz.

Também participaram do Prêmio, representando o secretário João Leão, o chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado, Luiz Gugé, o presidente do Sindimiba, Paulo Misk, e a editora da revista In the Mine, Tébis Oliveira, que fez a apresentação do evento.

Mineração baiana cresce 50% em 2020 O setor mineral baiano vai fechar 2020 com aumento de 50% em relação ao ano anterior. Pela primeira vez foi superada a marca de R$ 5 bilhões comercializados. A Bahia também consolida a posição de quarto maior produtor mineral do país, conquistada no ano passado.

Segundo Tramm, a perspectiva para os próximos anos é que o estado ultrapasse Goiás e assuma a terceira posição. “Só o minério de ferro da região de Caetité, que depende apenas da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) para ser produzido e exportado, já supera os R$ 700 milhões de diferença entre os dois estados”, diz o presidente da CBPM.

A expectativa do setor mineral é de que os trilhos tragam também novos postos de trabalho. Estima-se que 30 mil novos empregos serão gerados ao longo dos 1500 km da ferrovia, que vai de Ilhéus a Barreiras.

Esse conteúdo conta com o apoio institucional da CBPM.