Presa, Elize Matsunaga escreve livro e recebe pedidos de casamento por carta

Condenada por matar e esquartejar marido, ela quer contar versão para a filha

Publicado em 19 de maio de 2022 às 14:02

. Crédito: Reprodução

Da cadeia, Elize Matsunaga recebe centenas de cartas de pessoas espalhadas do Brasil - muitas incluindo pedidos de casamento. Outras pessoas escrevem para contar que se sensibilizaram com sua história de vida.

Essa informação está em um livro escrito por Elize dentro da prisão. Trechos da obra foram divulgados pelo portal G1. Elize está presa pela morte e esquartejamento do marido, Marcos Matsunaga, em 2012. 

Proibida de ver a filha, hoje com 11 anos, a intenção de Elize é contar sua versão para o que aconteceu para a menina, para que ela possa ler quando for mais velha. O livro aborda a origem humilde, relatos de violência sexual quando ainda era adolescente e violência doméstica já no casamento com Marcos. A criança vive com os avôs paternos.  “Minha amada (filha), não sei quando você lerá essa carta ou se um dia isso irá acontecer. Sei o quão complicada é nossa história, mas o que eu escrevo aqui não se apagará tão fácil”, escreve Elize.O livro foi escrito manuscrito em um caderno escolar. A versão para o crime apresentada é a mesma que Elize contou para a polícia e durante o julgamento. Ela conta que atirou para se defender de agressões do marido. Escreve ainda que Marcos ameaçou retirar a guarda da filha e não permitir mais contato entre as duas. 

“Atira, sua fraca! Atira! Sua vagabunda! Atira ou some daqui com sua família de bosta e deixa minha filha. Você nunca mais irá vê-la. Acha que algum juiz dará a guarda a uma puta?”, escreve Elize, sobre o que teria ouvido do marido no dia do crime.

O advogado dela, Luciano Santoro, disse ao G1 que a obra pode ser publicada. “Elize têm algumas opções de publicação e pretende assinar com a editora após ser colocada em liberdade”, afirma.  (Foto: Reprodução) Condenada a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão em 2016, Elize teve a pena reduzida em 2017, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para 16 anos e três meses.

Atualmente, ela cumpre pena no regime semiaberto na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. A previsão é que ela seja solta em janeiro de 2028.