Presente ecológico para Iemanjá acontece neste sábado (28) na Gamboa

Idealizadores querem conscientizar população sobre poluição ambiental; evento conta com café da manhã, cortejo e moqueca

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  • Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 16:50

- Atualizado há um ano

A comunidade do Solar do Unhão, mais conhecida como Gamboa de Cima, vai festejar no próximo sábado (28), a quarta edição do presente ecológico para Iemanjá. O evento começa às 9h, com um café da manhã. Às 11h, haverá um cortejo religioso em homenagem a Iemanjá, Oxum, e ao caboclo Marujo. Uma moqueca também será servida, ao meio-dia.(Foto: Divulgação)Assim como em outros anos, a ação é uma iniciativa promovida pelo Museu Street Art Salvador (Musas), e pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN), entidade do movimento negro. O evento conta ainda com a participação do afoxé Filhas de Gandhy e de grupos de baianas da cidade.Coordenador-geral do CEN, o historiador Marcos Rezende explica que o balaio arriado para Iemanjá é formado apenas por objetos que não poluem o mar, mantendo a relação tradicional e essencial entre o candomblé e a proteção dos elementos do meio-ambiente. Objetos como sabonete e perfume, comumente jogados no mar pela população para saudar a orixá, ficam de fora do presente ecológico.

“Esse presente nos remonta às origens da tradição das religiões afro-brasileiras, onde muito mais importante do que presentes caros eram a fé, as cantigas e as boas energias depositadas ali por aqueles que não têm bens materiais", afirma Rezende.(Foto: Divulgação)A antecipação ao dia oficial dedicado a Iemanjá, 2 de fevereiro, é explicada por Marcos Rezende como uma estratégia para conscientizar as pessoas de que elas não devem poluir o meio ambiente. “O presente ecológico é uma forma educativa de saudar nossa ancestralidade. As pessoas precisam cuidar da natureza e buscar o equilíbrio das energias”, define.MoquecaApesar do café da manhã às 9h, a preparação para o presente começa bem antes, às 5h. É nesse horário que os pescadores da Gamboa entrarão no mar para pescar em homenagem à Iemanjá. Todo peixe fisgado vai para a panela. Uma grande moqueca será servida para a comunidade, ao meio-dia de sábado (28). No ano passado, mais de 50 quilos de pescados foram servidos pelos organizadores após a entrega do presente.CabocloEste ano, a festa comemora ainda um milagre atribuído aos orixás. Há duas semanas, um dos organizadores do presente, o grafiteiro Júlio Costa, acompanhado de um jovem, saíram para velejar e, devido a problemas técnicos, ficaram à deriva no mar durante toda a madrugada. Eles só foram encontrados pela Capitania dos Portos horas depois, por volta das 6h, na Ilha de Itaparica, para onde as ondas os levaram. Por isso a homenagem ao caboclo Marujo, protetor dos marinheiros.