Presidente da Câmara de Correntina deixa a cadeia e divulga vídeo; assista

Suspeito de fraude, ele alega perseguição política

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 16 de novembro de 2017 às 20:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Envolvido em uma suposta organização criminosa que, segundo o Ministério Público do Estado (MP-BA), fraudou licitações, contratos e desviou verbas públicas, o presidente da Câmara de Vereadores de Correntina, no Extremo Oeste do estado, Wesley Campos Aguiar (PV), deixou a cadeia na noite desta quarta-feira (15), após 21 dias preso.

Conhecido como Maradona, o parlamentar de 41 anos divulgou nesta quinta-feira um vídeo nas redes sociais em que critica a ação da Polícia Civil e do MP-BA pelo suposto exagero nas investigações sobre o assunto, e diz ainda que é “vítima de um grande golpe político”.

Assista ao vídeo, que tem 23 minutos, na íntegra.

Maradona e outros três envolvidos na suposta fraude ganharam a liberdade por decisão da desembargadora Marivalda Almeida Moutinho, juíza substituta do 2º grau plantonista do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que deu a liberdade provisória, acatando pedido de habeas corpus do advogado Rogério Andrade.

Os outros que estavam presos são Hugo Neves dos Santos, Erickson Lince Santos e a esposa Cleuzinete de Souza Sales. Eles são funcionários da Câmara e todos, incluindo Maradona, estavam presos preventivamente. Os suspeitos também estão temporariamente afastados dos cargos no legislativo local.“Me vigiaram 24 horas por dia, como se fosse um ‘Big Brother’. Até a marca do papel higiênico lá de casa eles sabiam”, disse Maradona, afirmando em seguida que “nenhum dado ao erário público foi encontrado”.Maradona e os demais funcionários suspeitos que estavam presos estão proibidos de sair de casa à noite e aos finais de semana por um ano. No lugar do vereador, na presidência da Casa, está Ebraim Moreira (PMDB).

Propina por votos Segundo o MP-BA, Maradona e outros quatro vereadores que também foram presos (estes, temporariamente), desviava verbas públicas por meio de gratificações ilegais a servidores e exigia do prefeito Nilson José Rodrigues (PCdoB), o Maguila, propina de R$ 50 mil para aprovação de projetos de lei do Executivo.

Os outros vereadores envolvidos na suposta fraude são Jean Carlos Pereira dos Santos (PP), o Jean da Guarda; Milton Rodrigues Souza (PCdoB), o Miltão; Nelson da Conceição Santos (PRB), conhecido como Nelson Carinha; e Juvenil Araújo de Souza (PCdoB), o Babado Pimenta. Eles não foram localizados para comentar o caso.

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Apesar de a decisão judicial ter também afastado Maradona e outros funcionários do cargo na Câmara, o advogado Rogério Andrade, que os defende, disse que a “medida é passiva de reforma através de recurso que já está em andamento”. Ele disse que Maradona e os demais suspeitos são inocentes.

“O afastamento do cargo não havia sido requerido pelo MP e nem determinado pelo Juiz de Primeiro Grau, daí a razão ao cabimento da reconsideração da medida, a qual não declara a perda do cargo de vereador, mas tão somente o afastamento provisório da presidência. Meu cliente participará da sessão de terça-feira”, declarou Andrade.