Presidente do TRE-BA fala de mulheres na política: 'evolução'

Confira como foi o bate-papo entre jornalistas baianas e o desembargador Jatahy Júnior

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  • Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 18:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Imagem: Reprodução/YouTube

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), desembargador Jatahy Júnior, promoveu um bate-papo com jornalistas baianas, nesta quinta-feira (12), para falar sobre a presença de mulheres na política. Na conversa, o magistrado disse que, embora as mulheres tenham ganhado espaço, o sistema eleitoral ainda não faz com que a participação seja como deveria. Defensor da cota mínima de 30% de candidaturas femininas, Jatahy diz que é necessário que exista uma cota de ocupação nas casas legislativas do Brasil.

“Sabemos que é até difícil, para certos partidos em alguns rincões do país, cumprir essa lei. A própria cultura impõe dificuldades para que as mulheres deixem os cuidados da família e se joguem numa campanha política e vão disputar”, declarou ele ao CORREIO. 

Na Bahia, há um total de 40.985 candidatos, entre prefeituráveis e vereadores, no pleito municipal deste ano. Deste total, apenas 32,5% são candidaturas femininas, ou seja, 13.326 mulheres, contra 67,5% de homens, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Embora o eleitorado baiano seja formado por mais de 52% de mulheres, elas ainda são minoria entre os eleitos para cargos políticos. 

“Sou otimista. Se voltarmos ao nosso passado recente, podemos verificar que a sociedade brasileira vem amadurecendo nesta área. Estamos caminhando, espero que os passos sejam mais largos, mas acho que temos que reconhecer que já é uma evolução”, disse. 

Sobre as denúncias de desbalanço em relação ao repasse de recursos do fundo eleitoral entre as candidaturas femininas e masculinas, Jatahy Júnior disse que os partidos são obrigados a prestarem contas à justiça eleitoral e cabe a toda a sociedade e aos Ministérios Públicos cobrar que o que é determinado pela legislação. O desembargador sugeriu que as candidatas que se sentirem incomodadas e lesadas pelo desbalanço devem solicitar apoio do Ministério Público da Bahia (MP-BA) para denunciar o fato.

“O judiciário eleitoral, quando provocado, tem sido rigoroso na apreciação de candidaturas laranjas, que usam nomes de mulheres para atingir o percentual imposto por lei. O partido que tem esse recurso do fundo e distribui de forma não equitativa — principalmente para essas mulheres que dão seu nome para que o partido obtenha os recursos do fundo partidário — já tem aí várias decisões dos tribunais que fizeram com que, partidos que assim agiram, tivessem os seus eleitos com mandatos cassados”, alertou.  O bate-papo completo está disponível no canal do Youtube do TRE-BA e contou com a participação das repórteres Hilza Cordeiro, do CORREIO; Carla Bittencourt, da assessoria de comunicação do tribunal; Cláudia Cardozo, do Bahia Notícias; Silvana Oliveira, diretora da Rádio Sociedade e Tarsilla Alvarindo, do Azeviche, TV Câmara Salvador e TV Itapoan. Confira: