Primeira decoradora da Bahia, Sizininha Simões comemora 90 anos

Ela também foi tema de tese de mestrado pela Ufba

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  • Nilson Marinho

Publicado em 8 de março de 2019 às 18:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO
. por Mauro Akin Nassor/CORREIO

Sizininha Simões tem muito o que ensinar. Quando ainda era jovem, a decoradora, hoje aposentada, já havia dado exemplo de como ser uma mulher à frente do seu tempo. Na manhã desta sexta-feira (8), ela reuniu os cincos filhos, netos e amigos para celebrar seus 90 anos, no terraço do Edifício Oceania, no bairro da Barra.  Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO Mas por que Sizininha é tão importante assim? Simples. Ela é ninguém menos que a primeira decoradora de Salvador. Na década de 50, conseguiu um marital em cartório – uma autorização para trabalhar, concedida pelos maridos às mulheres. Isso fez com que a decoradora fosse uma das primeiras empreendedoras da cidade, começando a vida profissional aos 23 anos. Durante a década de 70 e 80, ela esteve à frente da loja As Pandoras -  na época, uma famosa marca de arquitetura e decoração do estado. 

Sizininha também foi tema de uma tese de mestrado na Universidade Federal da Bahia (Ufba). Por lá, também está em análise o processo de Honoris Causa, que pode transformá-la em professora. 

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Cerimônia Durante a comemoração dos seus 90 anos, o padre Antônio Expedito, da paróquia do São Gonçalo do Retiro, celebrou uma missa. Emocionada, ela assistiu aos sermões ao lado dos filhos e dos cerca de 140 convidados para o brunch (refeição servida entre o café da manhã e o almoço), contratado pelo restaurante Amado, tradicional na capital baiana.

“Precisamos seguir alguns mandamentos para ter qualidade de vida: pensar positivo, ser educado, ser organizado, atencioso, cumprir acordos e falar a verdade. A coisa principal que houve lá em casa, e sempre vai haver, é a sinceridade. Esse é segredo de uma vida longa”, disse a aniversariante. 

A única filha mulher de Sizininha, a chef de cozinha Ina Simões, 69, diz que a matriarca é capaz de unir os cinco filhos, os 14 netos, e todos os bisnetos, que ela já nem sabe mais quantos são.“Ela é uma matriarca, porque ama e une toda a família. Ela é conhecida na família, amada e querida por ser a pessoa que junta todo mundo. Ela está muito emocionada, chorando muito”, disse a filha. O filho, o administrador Guilherme Simões, 67, contou que a mãe, às vésperas da celebração, comentou que lembrou de todas as coisas ruins que já fez na vida.

“Mas ela nunca deixou de ser uma pessoa generosa. Eu disse a ela: ‘Minha mãe, quando você chegar ao céu, o que vai demorar, São Pedro não vai ter nenhum trabalho porque vai ver a infinita lista de coisas boas que você fez e a diminuta lista de coisas ruins que todos nós fazemos. Se você fez alguma coisa errada, você fez dezenas de coisas boas para todos”, contou.

* Com supervisão da subeditora Fernanda Varela