Primeira heroína feminista da Disney, Moana não quer príncipe ou glamour

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Princesas temos aos montes no universo infantojuvenil das animações. Das mais desprotegidas às muito corajosas. De Branca de Neve a Merida, há um mundo vasto com Elsa, Anna, Pocahontas, Bela, Cinderela, Jasmine, Aurora, Rapunzel, Mulan, Sofia, Ariel, Elena e Tiana. Cada uma com personalidade diferente e completamente adaptada ao seu tempo. Moana é a nova animação da Disney (Foto: Divulgação)Agora, chegou a vez de Moana, a primeira em muitos sentidos: polinésia, desglamourizada, feminista, independente, zero preocupada em fazer charme pro seu parceiro de aventura... É a proposta para Moana - Um Mar de Aventuras, nova animação da Disney, que estreia hoje no Brasil depois de já ter faturado mais de US$ 400 milhões ao redor do mundo.

Nos Estados Unidos, a nova princesa provocou um alvoroço. “A primeira princesa feminista do estúdio”, proclamou a crítica. Os diretores John Musker e Ron Clements (A Pequena Sereia, Aladdin, Hércules e A Princesa e o Sapo) tentaram amenizar para não parecer que o estúdio é panfletário. “Não era nossa intenção, e para falar a verdade, ela não é mais determinada que outras princesas, que também são guerreiras. O filme nasceu muito mais de nossa admiração pela cultura da Polinésia”, diz Clements.

Bom, a história nos leva para outro raciocínio. Princesa de 16 anos, Moana descobre que pertence a uma linhagem de navegadores. Vítima de uma maldição, porém, seu povo renunciou ao mar de aventuras. Mas ela vai partir, com o atrapalhado e egocentrado semideus das águas Mauai, em busca de seus ancestrais, numa ilha mítica que ninguém sabe onde fica para rever essa condição. Em sua companhia, o mar (que obedece a Moana, não a Mauai), e dois animais de estimação.

Voluntariosa, determinada, independente e autossuficiente, a protagonista foge do estereótipo da heroína padrão. Nada de par romântico para ela. Nada de castelo ou vestidão de princesa. Com a árdua missão de salvar sua ilha e seu povo da destruição, a jovem polinésia de Motu Nui não tem tempo para historinhas de amor.

Também em termos de aparência, Moana se distingue das anteriores. A pele morena, o corpo torneado, os cabelos crespos, os olhos amendoados  ajudam a construir a identidade de uma destemida navegadora do Pacífico Sul, dona de um espírito livre. Mais ou menos como Mulan (1998) e Valente (2012) fizeram, quebrando paradigmas embutidos nas produções do gênero, como a fragilidade das personagens e o romance sempre em primeiro plano.  

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