Primeira noite do PercPan lota Largo da Mariquita

A 22ª edição do festival brasileiro de música percussiva, o Panorama Percussivo Mundial (PercPan) trouxe apresentações de Lenine, Rumpilezz, o rapper soteropolitano Baco Exu do Blues e a Banda de Gaitas Brazilian Piper

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 23:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr

Canções como Anunciação, de Alceu Valença; Asa Branca, de Luiz Gonzaga, e Garota de Ipanema, de Tom Jobim, tocadas na melhor tradição escocesa da gaita de fole. Foi com essa novidade inusitada que a primeira noite do Panorama Percussivo Mundial, o PercPan, teve início no início da noite de ontem, no Largo da Mariquita, no Rio Vermelho. O espaço ficou pequeno para o público que compareceu sem receio do mal tempo, que prevaleceu na capital baiana durante a sexta-feira.

A Banda de Gaitas Brazilian Piper se apresentou à caráter, vestidos inclusive com o kilt, a saia escocesa. Os rapazes conquistaram o público, que fez questão de acompanhar o pout pourri de músicas celtas e escocesas, além de alguns dos clássicos da música popular brasileira. Durante a apresentação, os rapazes oriundos de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, contaram um pouco da história do grupo, que nasceu de um projeto social sem fins lucrativos, fundado pelo Maestro Piper Major José Paulo, em 1999.  “No início, estranhei muito aquele som um tanto irritante, mas depois percebi que era possível fazer música, boa música com ele”, disse o fundador.

 Na sequência foi a vez da Orkestra Rumpilezz, que trouxe o repertório do seu último álbum, A Saga da Travessia. O grupo veio acompanhado do cantor e compositor pernambucano Lenine, apresentado como mais um integrante, tamanha proximidade.

Ovacionado pelo público, Lenine começou cantando Do It e seguiu apresentando uma canção gravada no álbum Carbono e feita especialmente para a Rumpilezz: À Meia Noite dos Tambores Silenciosos, além de sucessos como Relampeando e Paciência.

A primeira noite do PercPan terminou com a apresentação do rapper soteropolitano Baco Exu do Blues, nome artístico de Diogo Moncorvo, que lançou mais recentemente Esú, seu álbum de estreia.

Para a criadora do Panorama, a socióloga Elisabeth Cayres, esse ano o festival realizou um sonho acalentado desde a sua criação: ir para às ruas. “Criamos uma estrutura leve, onde o artista pode dialogar com o público, respeitando essa que é uma característica tão baiana”, disse.

Com uma postura bem parecida o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington celebrou a realização que conseguiu reunir uma infra estrutura adequada sem criar áreas de interdição na cidade. “Democratizamos a cultura, investimos nessa vocação da Cidade da Música e reafirmamos o compromisso com esses espaços públicos”, completou o representante da Prefeitura, ressaltando que o investimento de R$800 mil foi pequeno considerando o retorno para a população e a economia forma e informal.