Procissão do Divino Espírito Santo pinta ruas de vermelho e branco

Evento católico celebrou o Domingo de Pentecostes com participação da Filarmônica Filhos de Apolo, de Santo Amaro da Purificação

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  • Laura Fernades

Publicado em 4 de junho de 2017 às 20:15

- Atualizado há um ano

As cores vermelho e branco tomaram conta das ruas do conjunto habitacional Colinas de Pituaçu, no bairro de São Rafael, na tarde de ontem, durante a passagem da procissão do Divino Espírito Santo. Das janelas, moradores observavam a comemoração católica em pleno Domingo de Pentecostes, com lençóis vermelhos amarrados na sacada de casa e atentos com os celulares nas mãos.

Tudo isso para registrar a passagem de devotos e religiosos que acompanharam o cortejo ao som da Filarmônica Filhos de Apolo, de Santo Amaro da Purificação, enquanto ouviam rezas e palavras de adoração. Realizada pela Paróquia do Divino Espírito Santo, a procissão acontece sempre 50 dias depois da Páscoa, em celebração à vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo.De vermelho e branco, fiéis católicos saíram em procissão e acompanharam a imagem que representa o Espírito Santo, pelas ruas do conjunto Colinas de Pituaçu, no Vale dos Lagos (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)

Um andor de dois metros, feito com rosas, antúrios e uma imagem do espírito santo, foi carregado por fiéis durante todo o percurso que seguiu do conjunto Colinas de Pituaçu até a Paróquia do Divino Espírito Santo, no Vale dos Lagos, onde foi celebrada uma missa. Um grupamento da Polícia Montada acompanhou a procissão, que tem origem portuguesa e foi trazida para o Brasil pelos missionários jesuítas e primeiros colonos.

“A Igreja, após a ressureição de Jesus, espera com muita expectativa os 50 dias para a celebração do grande Pentecostes, que é a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos. É uma celebração litúrgica da Igreja muito importante, festejada no mundo inteiro, onde nos é dada a bênção e sobretudo onde pedimos a iluminação do Espírito Santo, assim como os apóstolos receberam”, explica o padre Jaciel Bezerra, 41 anos, pastor da Paróquia do Divino Espírito Santo.

Segundo o padre, a tradição portuguesa foi trazida pela Princesa Isabel que, ao passar por uma crise financeira no seu reinado, prometeu ao Divino Espírito Santo que o presentearia com a coroa imperial, caso os problemas fossem sanados. “Estou fazendo de tudo pra resgatar todos os detalhes da festa. É um momento belíssimo”, contou o padre Jaciel, diante da procissão que teve direito à presença de um imperador e uma imperatriz, representados por duas crianças sorteadas pela Paróquia.Acompanhada pelo marido, pelos pais e pela sobrinha, a empresária Ilma Guimarães, 45, estava doente, mas mesmo assim fez questão de participar a procissão. “É um dia onde a gente pode reunir a família e tirar as pessoas do seu lugar comum. O mundo está muito desigual e estão faltando valores como esses”, justificou Ilma, que todo ano comparece à procissão do Divino Espírito Santo.

A lojista Neide Silva, 47, por outro lado, participou da celebração pela primeira vez, depois que recebeu o convite da irmã. Acompanhada de toda a família, Neide fez questão de participar, mesmo que tímida e observando tudo de longe. “A gente tem que fazer por onde. Você vê como está o ser humano, hoje... Se a gente pensar sempre no negativo, é isso que vai acontecer. Por isso temos que insistir nas boas energias, assim como estamos fazendo aqui”, defendeu Neide.