Procissão no Santo Antônio relembra encontro de Jesus e Nossa Senhora no calvário

Cerca de 200 pessoas acompanharam, nesta sexta-feira (7), a tradicional Procissão do Encontro, que relembra o momento em que Jesus encontra Sua Mãe no caminho para o calvário

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  • Hilza Cordeiro

Publicado em 7 de abril de 2017 às 19:51

- Atualizado há um ano

Entre uma igreja e outra, no sobe e desce típico dessa cidade, cerca de duzentas pessoas acompanharam, nesta sexta-feira (7), as sete paradas da tradicional Procissão do Encontro, que relembra o momento em que Jesus encontra Sua Mãe no caminho para o calvário. Realizada pelas ruas do Santo Antônio Além do Carmo, a celebração começa com um trânsito entre a Igreja do Boqueirão e a praça da Igreja Quinze Mistérios. Encontro das imagens na matriz (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)Após orações, missas, ladainhas e recitações de terço entre uma igreja e outra, um grupo de fiéis se une em frente à Igreja do Boqueirão (1726), de onde sai personagens que estiveram presentes na crucificação de Cristo e o andor com a imagem de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, com uma cruz de mais de quatro metros em suas costas. Enquanto isso, outro grupo anda por um caminho diferente, levando a imagem de Nossa Senhora das Dores, que sai da Quinze Mistérios. Caminhada pelas ruas do Sto Antônio (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)Os fieis saem em caminhada por ruas paralelas para fazer o encontro de mãe e filho na matriz, na Praça do Santo Antônio Além do Carmo. “Eu era pequena quando minha mãe me trazia para assistir essa celebração. Eu lembro que ela sempre chorava porque se emocionava”, conta a fiel Maria Terezinha Nascimento, 74, que há 30 anos interpreta Verônica, a mulher que limpou o sangue do rosto de Jesus e o marcou no tecido conhecido como Santo Sudário.

A imagem de Jesus é acompanhada por crianças, jovens, idosos e personagens como São João, As Três Marias e Verônica. A estudante Vitória de Assis, 20, participa pela primeira vez da procissão e faz o papel de uma das Três Marias. “É ótimo cantar pelas ruas. Quando chego em casa, sinto que meu coração está limpo e minha fé aumenta cada dia mais”, conta ela, que está fazendo catecumenato, uma espécie de catequese e crisma ao mesmo tempo. 

EncontroFiéis registram momento (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)Pelo caminho, os fiéis esticam o pescoço a olhar pelas ruas laterais na expectativa do encontro entre as imagens. Finalmente, quando Jesus e Nossa Senhora estão juntos, a tradição é registrada em selfies. As pessoas se revezam na rápida oportunidade de fazer uma foto ao lado das duas imagens, que novamente se separam. “Prova de amor maior não há do que dar a vida pelo irmão”, cantam os fiéis. “É por este sofrimento de Jesus que somos justificados. Ele nos ensinou a perdoar”, diz o bispo Dom Marco Eugênio Galrão, que preside a procissão. Após mais caminhadas, passando pelo monumento da Cruz do Pascoal, os andores são conduzidos até a igreja do Boqueirão, onde o ato encerra.

Centro Histórico

De acordo com Sabino Torres, diretor patrimonial da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição do Boqueirão, a celebração é feita em Salvador há mais de duzentos anos, mas somente a paróquia do Carmo e a Igreja da Ajuda, no Centro Histórico, preservaram a tradição. No dia 12 de abril, com missa ministrada pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, será a vez dos fieis realizarem a Procissão do Encontro, a partir das 12h30, pelas ruas e igrejas do Centro Histórico.