Procurador da República é suspeito de negociar propina para vazar investigação

Ângelo Goulart Villela, alvo de um mandado de prisão nesta quinta-feira (18/5), é suspeito de negociar propina para vazar informações de investigações sobre a JBS

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  • Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2017 às 10:21

- Atualizado há um ano

O procurador de República Ângelo Goulart Villela, alvo de um mandado de prisão nesta quinta-feira, 18, é suspeito de negociar propina para vazar informações de investigações sobre a JBS. Conforme a delação de Joesley Batista, acionista do grupo, e outros elementos de prova colhidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o esquema teria envolvido a negociação de pagamentos de R$ 50 mil mensais ao ele.Villela é integrante da equipe do vice-procurador geral eleitoral, Nicolau Dino, e recentemente estava cedido à força-tarefa das operações Greenfield, Cui Bono e Sépsis, que apura crimes relacionados à JBS. Joesley e os outros delatores da JBS teriam entregado provas de que o procurador repassou dados das apurações em curso aos investigados.O procurador teria tido encontros com representantes da JBS sem comunicar aos colegas. Conforme as colaborações, numa ocasião, teria ligado para um dos investigadores da força-tarefa, na presença de integrantes do grupo empresarial, e colocado a conversa em viva-voz. Ele também teria tirado uma cópia de diálogo de procuradores sobre do caso, em grupo privado do Instagram, e repassado à empresa.O procurador é suspeito ainda de gravar uma reunião na qual a força-tarefa tratava de uma possível colaboração do empresário Mário Celso Lopes, parceiro de negócios da J&F, holding que controla a JBS e outras empresas do grupo.A reportagem não localizou nesta quinta-feira, 17, representantes do procurador alvo do mandado de prisão. O gabinete em que ele trabalhava, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi alvo de mandado de busca e apreensão.