Produção industrial fecha 2016 com queda de 6,6% pelo terceiro ano seguido

O resultado de 2016 é o terceiro pior para um ano, tomando como base a série histórica inciada em 2002

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  • Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 10:38

- Atualizado há um ano

A produção industrial brasileira fechou o ano de 2016 com queda de 6,6% segundo dados apresentados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o terceiro ano consecutivo que o setor tem queda anual. Em 2015, a produção da indústria havia recuado 8,3% frente a 2014 que, por sua vez, fechou com decréscimo de 3% frente aos 12 meses imediatamente anteriores, na série sem ajuste sazonal.Esse é o terceiro pior resultado para um ano, tomando como base a série histórica inciada em 2002. Nessa mesma base, as piores quedas aconteceram em 2015, com recuo de 8,3% na produção, e em 2009, cuja redução na produção foi de 7,1%. Os dados relativos à Pesquisa Industrial Mensal Produção Física (PIM-PF) – Brasil  indicam que as taxas anualizadas (indicador acumulado nos últimos 12 meses) permaneceram com o ritmo de queda iniciado em junho de 2016 (-9,7%).Em dezembro do ano passado, a produção industrial nacional cresceu 2,3% em relação ao mês anterior(Foto: Arquivo/Agência Brasil)Apesar dos sucessivos números negativos nas taxas anuais, em dezembro do ano passado a produção industrial nacional cresceu 2,3% em relação ao mês anterior – nesse caso, na série livre de influências sazonais. O resultado de dezembro é a segunda taxa positiva consecutiva, acumulando nos dois últimos meses de 2016 expansão de 2,6%.Um economista do IBGE ouvido pela agência "Reuters" afirmou que apesar da melhora que aconteceu no mês de dezembro do ano passado, essa não é uma tendência ainda para o setor.  Os dados indicam ainda que em relação a dezembro de 2015 (série sem ajuste sazonal), houve queda de 0,1%, a 34ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, mas a menos intensa da sequência. Os índices do setor industrial foram também negativos tanto para o fechamento do quarto trimestre de 2016 (-3,1%), quanto para o acumulado do segundo semestre do ano (-4,2%), as duas comparações em relação aos mesmos períodos do ano anterior.Ramos de atividadeNo que se refere aos ramos de atividade, os dados de dezembro do ano passado trazem como principal destaque o de Veículos automotores, Reboques e Carrocerias, que chegou a crescer 10,8%, o maior resultado para o segmento desde os 11,7% de junho de 2016. Já o ramo de Produtos derivados do petróleo e Biocombustíveis não obeteve um resultado positivo, apresentando uma queda da produção em dezembro de 1,9%. Outros oito ramos também reduziram a produção no último mês de 2016, como produtos Farmoquímicos e farmacêuticos (-11,7%) e Bebidas (-5,5%).Houve também outras contribuições positivas relevantes, como nos setores de Perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (5,5%), de Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (15,2%), de Produtos de borracha e material plástico (8,3%) e de Confecção de artigos do vestuário e acessórios (10,9%). CategoriasO crescimento de 2,3% na produção industrial brasileira, na passagem de novembro para dezembro, reflete resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 16 dos 24 ramos pesquisados pelo IBGE.Entre as grandes categorias econômicas, os destaques ficaram com Bens de consumo duráveis, cujo crescimento no período chegou a expressivos 6,5%, e Bens de consumo semi e não duráveis, com crescimento de 4,1%.Segundo o IBGE, nessas duas categorias os resultados relativos ao mês de dezembro foram os mais elevados desde os 9,8% de julho de 2015 (no caso de bens de consumo duráveis), e dos 4,6% de dezembro de 2005 (semi e não duráveis).Já a categoria de Bens de capital, uma medida de investimento no setor industrial, apresentou o pior desempenho de 2016. Nessa categoria, a perda anual foi de 11,1%, pressionada principalmente por bens de capital para equipamentos de transporte e para fins industriais. Ela também com a única categoria que apresentou um resultado negativo no mês de dezembro.