Produtores do Oeste iniciam plantio de nova safra de algodão

Os cotonicultores da região estão otimistas e vão aumentar em 25,8% a área plantada

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  • Georgina Maynart

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: (foto: divulgação/ abapa)

Nem bem terminaram de plantar a soja, os agricultores do Oeste da Bahia já estão começando o plantio da próxima safra de algodão. É que os produtores já podem começar a preparar a terra pois chegou ao fim o vazio sanitário, período de restrição, em que não pode haver planta viva no campo.

O vazio sanitário durou 60 dias e é uma estratégia de prevenção e combate às pragas da lavoura. Uma das principais preocupações dos produtores é o bicudo do algodoeiro, a principal praga que afeta a cultura. Sem planta viva, fica difícil o besouro sobreviver, caso ele esteja presente na área.

Atualmente, 662 produtores rurais cultivam algodão no Oeste da Bahia. A região é responsável por quase 24% da produção brasileira, e garante ao estado da Bahia a segunda posição no ranking nacional. Os cotonicultores da região estão otimistas com relação à safra 2018/2019 e vão aumentar a área plantada. Este ano, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) prevê um crescimento de 25,8% na área ocupada pelas lavouras. Serão mais de 331 mil hectares plantados.

Ano passado, em 263 mil hectares cultivados, os produtores alcançaram uma produtividade média de 322 arrobas por hectare. Mas houve casos de fazendas que chegaram até a 330,3 arrobas por hectare. Ao todo eles produziram 1,279 milhão de toneladas de algodão, em caroço e pluma.

Incentivo

O cenário internacional também é um incentivo para os agricultores. “Com a retomada da regularidade das chuvas e dos preços, com o maior interesse e valorização da fibra natural no mercado nacional e internacional, o que pode trazer preços mais vantajosos para os agricultores”, afirma Julio Busato, presidente da Abapa.

Estima-se de que a cotonicultura emprega mais de 40 mil pessoas na Bahia. Além da mão de obra usada no plantio do algodão, a cadeia envolve geração de emprego e renda nas outras fases produtivas, desde o fornecimento de implementos agrícolas até o descaroçamento do algodão nas indústrias, a análise em laboratório e a comercialização.

Nos últimos anos, além dos cuidados fitossanitários, os produtores intensificaram a implantação de manejos que preservam o solo. Cerca de 75% da produção do Oeste tem selo nacional de Sustentabilidade, obtido através do Programa de Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e pelo Better Cotton Iniciative (BCI).

O algodão é plantado em 670 propriedades do Oeste da Bahia. Os produtores rurais se espalham por 20 municípios, mas se concentram principalmente nos municípios de São Desidério, Correntina e Formosa do Rio Preto.

A maior parte da produção abastece a indústria têxtil brasileira, enquanto cerca de 40% são destinados ao mercado externo.