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Produtores financiam pesquisa em aquífero para ampliação de área irrigada no Oeste


 

A pesquisa está prevista para ser concluída entre o final do ano que vem e inicio de 2019

  • Priscila Natividade

Publicado em 31/05/2017 às 05:00:00
Atualizado em 17/04/2023 às 04:07:04

O potencial hídrico do Oeste foi um dos temas debatidos pelos produtores durante a programação do primeiro dia da Bahia Farm Show. Após uma visita ao Water for Food Global Institute (Instituto Global Água para Alimentos), nos Estados Unidos, os produtores firmaram uma parceria com a Nebraska Innovation Campus e a Universidade Federal de Viçosa (UFV/MG) para desenvolvimento de um estudo no aquífero de Urucuia, a fim de aumentar a área irrigada na região.Evento reúne empresários e agricultores (Foto: Priscila Natividade/CORREIO)Para o presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes do Estado da Bahia (Aiba), Celestino Zanella, o resultado deste levantamento pode chegar a até triplicar o volume de área irrigada no Oeste, que atualmente é de 160 mil hectares. A previsão é investir ainda mais R$ 3 milhões na próxima fase da pesquisa. “Com esse estudo hídrico, automaticamente nós vamos ampliar nossa área, dobrar, triplicar este espaço. Nós não queremos fazer isso de um ano para o outro porque precisamos de energia, outorga, infraestrutura, área bem preparada. O estudo vai nos dar mais conhecimento para tomar a decisão mais acertada.A pesquisa está prevista para ser concluída entre o final do ano que vem e inicio de 2019. Cerca de R$ 3 milhões foram investidos até agora pelos produtores. O objetivo do estudo, segundo o professor da (UFV) e responsável pelo estudo, Fernando Pruski, é quantificar a disponibilidade de água subterrâneas e superficiais do aquífero, que possui uma área aproximada de 140.000 km2, dos quais 70.000 km2 estão localizados na Bahia.

Leia tambémBoa safra estimula negócios durante a Bahia Farm Show“O Nebraska é um estado atípico em termos de irrigação. É o principal estado que em termos de uso da irrigação que tem certa similaridade com a Região Oeste na medida em que eles têm um grande aquífero que cobre mais de 80% do estado”, destaca Pruski. Ainda de acordo com ele, os estudos estão em fase de coleta de informações em campo. “Estamos buscando mais informações sobre profundidade dos poços e quantidade de carbono contida atualmente no solo. Na parte da hidrologia de águas superficiais, a gente tem alguns estudos prévios que já permitem a definição de áreas potencialmente irrigáveis”, acrescenta.Com a crise hídrica causada pela seca no estado, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, José Geraldo dos Reis, vai ser preciso monitoramento e uma legislação específica para o uso destes ativos naturais. “Nós enxergamos nesse estudo a possibilidade de ter os insumos necessários para uma decisão mais consistente a cerca da ampliação ou não do território de irrigação na Bahia. É justamente esta pesquisa que vai possibilitar o gerenciamento sustentável do aquífero”, pontua o secretário.