Professor indígena é morto a pauladas em Santa Catarina

A Polícia Civil investiga a hipótese de crime motivado por ódio racial

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  • Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 04:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

O índio Marcondes Namblá Xokleng, 38 anos, da etnia Laklãno-Xokleng, foi agredido a pauladas até a morte, na madrugada do último dia 1º, no balneário de Penha, litoral de Santa Catarina. A informação sobre a agressão e morte do professor só foi divulgada ontem pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que acredita que o crime tem relação com intolerância étnica.

O indígena, que era professor formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu. Uma câmera de monitoramento filmou a agressão, praticada por um homem que estava acompanhado por um cachorro.

A Polícia Civil investiga a hipótese de crime motivado por ódio racial. Namblá fazia parte de um grupo de 12 índios da aldeia localizada na terra indígena Laklãno, no município de José Boiteux, que tinha ido até o litoral para vender sorvetes.

As imagens da câmera mostram o momento em que ele é abordado por um homem portando um pedaço de madeira. Eles conversam rapidamente e, sem esboçar qualquer reação, o índio recebe um golpe na cabeça. Ele se curva e volta a ser golpeado. Os golpes continuam mesmo com Marcondes caído ao chão. Em seguida, o homem se afasta, mas ao perceber que o índio está vivo e tenta se l evantar, ele volta até o local e o golpeia novamente.

O delegado Douglas Teixeira Barroco, da Polícia Civil de Piçarras, que investiga o caso, disse ter ficado chocado ao ver as imagens. “Ele foi massacrado sem piedade. Já temos a identidade do possível agressor e esperamos encerrar a investigação a qualquer momento, inclusive para saber o motivo de um crime tão brutal”, disse.