Professores em greve trancam prédio público; guardas municipais dispersam ato

Agentes da guarda afirmam que foram agredidos

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 13:15

- Atualizado há um ano

Uma confusão entre professores do município, que estão em greve há 28 dias, e guardas municipais ocorreu na manhã desta terça-feira (7) durante ato da categoria que bloqueava a entrada da sede da Secretaria Municipal da Educação (Smed), na Avenida Anita Garibaldi.

De acordo com organizadores do ato, os manifestantes impediam a entrada de funcionários, por volta das 9h30, quando cerca de 10 agentes chegaram armados em duas viaturas. Alguns deles teriam dado empurrões, pontapés e lançado bombas de efeito moral contra os servidores.

"Para a Smed, isso é um absurdo, considerando que a Prefeitura tem se pautado no diálogo aberto e permanente. É importante ressaltar que esse movimento envolve uma minoria", afirmou a pasta.

A assessoria da Guarda Civil Municipal (GCM), por sua vez, afirmou, por meio de nota, que a equipe foi hostilizada e agredida - mais de 150 manifestantes estavam em frente à sede do órgão. O tumulto aconteceu logo após o diretor da GCM, Maurício Lima, negociar com um representante do sindicato dos professores a sua entrada na sede que se encontravam acorrentada e trancadas com cadeados.

"Nesse momento, manifestantes começaram um tumulto impedindo o diálogo e hostilizando a guarnição. A situação se agravou, quando os manifestantes acirraram os ânimos, ameaçando a integridade física do diretor da GCM e dos oito guardas, que o acompanhavam. Houve empurra-empurra e arremesso de objetos à guarnição, que reagiu com técnicas de dispersão", afirmou a guarda em nota. 

Professores Os professores negam que tivesse havido discussão. Eles alegam que estavam liberando apenas a entrada dos servidores para completar o quadro de 30% dos funcionários em atividade, conforme determina a Lei de Greve, quando foram surpreendidos com pontapés, empurrões, gás lacrimogênio e armas apontadas para cara."Nós já tínhamos deixado entrar a cota de 30% dos funcionários como determina a lei, estávamos bloqueando a entrada, na paz. Não houve, em momento nenhuma, resistência e nem desacato. Eles apontaram armas para as professoras", relata um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (APLB), Marcos Barreto.Ainda de acordo com Marcos, os manifestantes devem permanecer até o final da tarde, por volta das 17h, na frente do órgão, reunidos, para terem suas pautas de reivindicações atendidas. Eles pedem um reajuste salarial linear de 6,8%, liberação para mudança de nível - acréscimo no salário dos servidores com mestrado e doutorado -, eleição para eleger os diretores das unidades de ensino, além de outras pautas. 

Posição A Secretaria Municipal da Educação (Smed) lamentou, por meio de nota, o impedimento dos funcionários de adentrarem ao prédio. O caso está sendo tratado pelo órgão como "radicalismo da APLB". 

De acordo com a Smed, das 434 escolas do munícipio, apenas 22 estão fechadas, o que significa dizer que em 95% de toda rede de ensino as aulas estão acontecendo normalmente. A Smed ressaltou também que está com uma proposta justa de reajuste de 2,5% retroativos a julho e lembrando que, em setembro, a categoria recebeu outros 2,5% de aumento. 

Em entrevista à TV Bahia, o titular da Smed, Bruno Barral, repudiou o ato de impedir o acesso de parte dos 500 funcionários que trabalham no prédio público. Segundo ele, apenas uma minoria aderiu a greve. Ele disse ainda que está aberto para o diálogo com a categoria. "Uma falta de controle total e o que eu peço, encarecidamente, é que a gente sente na mesa, efetivamente, para discutir uma pauta de longo prazo, assim que o movimento de greve termine. Nós estamos aqui e sempre estivemos, dialogando com a categoria, de forma tranquila e serena", disse.