Programas de estudo e trabalho no exterior crescem 35%

Entre os destinos mais procurados estão Irlanda, Austrália e Canadá, conforme aponta o levantamento do STB

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  • Priscila Natividade

Publicado em 9 de abril de 2018 às 05:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: EBC

A busca por diferenciais que agreguem ainda mais valor ao currículo fez com que o volume de vendas de pacotes de intercâmbio para trabalho no exterior crescesse mais do que os programas que contemplam só o estudo do idioma.  Em agências  como a Student Travel Bureau (STB), a empresa constatou, no último ano,  um aumento de 30% na venda de cursos de idioma.  Já os programas que combinam estudo e trabalho no exterior cresceram 35%.

Entre os destinos mais procurados estão Irlanda, Austrália e Canadá. Um pacote de 25 semanas (6 meses) em Dublin, Irlanda, pode  custar € 3.015 (aproximadamente, R$ 12.271).  “Além do objetivo de valorizar o currículo e adquirir fluência no inglês, os estudantes buscam essa opção de intercâmbio como uma alternativa para ajudar a se manter no país durante o período de estudos”, avalia o diretor de vendas da STB, Rui Pimenta. 

E as empresas se interessam -e muito - pelas habilidades que os profissionais desenvolvem durante a vivência no exterior. Segundo o fundador da Febracis Coaching Integral e Sistêmico, Paulo Vieira, quem traz na bagagem um olhar mais amplo, contato com outras culturas e fluência em outro idioma é melhor visto pelo mercado de trabalho. 

“A pessoa deve olhar a experiência internacional como uma forma de aprender coisas relevantes, como conceitos, ferramentas, idiomas e tecnologias que possam ser trazidos para o Brasil e fazer parte do que ela entrega dentro do contexto profissional”, pontua Vieira.

Na hora de descrever a experiência internacional no currículo, é importante destacar o que se aprendeu no país visitado e de que forma isso se aplica na vida profissional. Caso tenha viajado para estudar, inclua no campo formação. Se para trabalhar - remunerado ou voluntário - liste em experiências. 

“É fundamental que o profissional vá com foco. É destacar, principalmente, no que diz respeito aos resultados efetivos que foram alcançados. Outro lugar para externar isso pode ser no campo onde descreve suas habilidades pessoais”, completa Vieira.  

Vantagem

Formado em Relações Internacionais pela Unijorge, Igor Carnaúba é um desses que não perderam a oportunidade de tentar uma experiência em outro país. “Fiz um intercâmbio na França quando ainda cursava a graduação. Além de voltar com o inglês e o francês fluentes também desenvolvi uma maior capacidade de me adaptar seja qual for a situação”, descreve. 

Logo que se formou, conseguiu uma oportunidade de trabalho em uma escola americana instalada em Salvador, onde trabalha como consultor de vendas. No currículo, o domínio fluente de duas línguas fez a diferença. “Vejo que muitos dos meus colegas que não tiveram essa experiência estão trabalhando em outras áreas ou desempregados. Como aqui a empresa precisa de um profissional que domina o inglês e planeja expandir para outros estados e países, acredito que essa referência internacional contribuiu bastante para a minha contratação”, assegura.  Ainda no curso de Engenharia, Rafael partiu para um intercâmbio em Portugal e voltou com um mestrado na bagagem (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) DE ALUNO A PROFESSOR

Rafael Marredim  Sou formado em Engenharia Mecatrônica pela FTC.  Ainda quando eu era aluno consegui uma oportunidade de intercâmbio para passar seis meses em Portugal.  Só que, quando cheguei lá, os seis meses viraram três anos porque surgiu outra chance que não poderia perder: a de cursar um mestrado integrado. Fiz a especialização em automação com ênfase em robó- tica. Outra vantagem também foi aprender a língua inglesa, na Inglaterra, durante o ano, enquanto fazia o mestrado. Voltei para cá, com um mestrado e um inglês  fluente, o que me abriu várias portas. Se não tivesse passado por essas experiências não teria diferencial competitivo para concorrer às vagas que conquistei. Também não conseguiria ganhar um salário 30% maior que passei a receber devido a isso.  No mesmo ano que retornei, a FTC me convidou para lecionar no próprio curso de Engenharia pelo qual havia me formado. Hoje atuo também como gerente de operações em outra empresa. Sabia que a experiência fora ia agregar muito a minha carreira,  fui e abracei.