Projeto arquitetônico de Casa do Carnaval foca em vista para a Baía

Visão panorâmica inspirou arquitetos a criarem varanda e terraço para imóvel

  • D
  • Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 02:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

Em um casarão do início do século XX, mas com um projeto arquitetônico contemporâneo, a Casa do Carnaval, museu com acervo carnavalesco permanente que será inaugurado no mês que vem, na região da Praça da Sé, conta com uma arquitetura que busca valorizar um dos pontos de referência da cidade de Salvador: a Baía de Todos os Santos.

Com vista panorâmica privilegiada por conta da construção do prédio, que é mais avançado do que dos outros no entorno, a construção da varanda rodeando toda a estrutura e de um terraço com vista panorâmica foi uma escolha dos arquitetos do projeto, Alexandre Prisco e Nivaldo Andrade, para compor o casarão. A fachada, as paredes autoportantes, as colunas no grande salão do térreo e as lajes dos pavimentos, em contraponto, foram mantidas no projeto.

Localizada ao lado do Plano Inclinado Gonçalves e atrás da Catedral Basílica do Salvador e do Museu da Coelba, a edificação compõe o Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Urbanístico do Centro Histórico, que foi tombado em nível federal em 1984 e incluído na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco em 1985.“Nossa ideia era aproveitar o edifício do início do século XX, que tem uma posição privilegiada por estar muito mais à frente do que os outros do local, com uma vista privilegiada do Elevador Lacerda até a Ponta do Humaitá. Uma ampliação que teria ocorrido posteriormente, entre o prédio atual e o Plano Inclinado, foi eliminada pelo projeto e foi criada uma caixa de vidro no local de convivência”, explicou o arquiteto Nivaldo Andrade.O projeto foi concebido, na verdade, para o Museu da Cidade. Somente depois do projeto completo, a Prefeitura de Salvador, que irá administrar a casa, decidiu implantar a Casa do Carnaval no espaço.

A ideia dos arquitetos era criar uma área de convivência na varanda do térreo e no terraço, com acesso a todos os soteropolitanos, e não somente a quem fosse visitar o museu. A ideia está sendo analisada pela prefeitura. Um dos locais da casa onde dá para ver o Elevador Lacerda (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) Acervo A menos de um mês da inauguração, a estrutura do prédio está pronta, recebendo apenas intervenções finais para implantação do acervo, exclusivamente voltado ao Carnaval baiano. Ao comprar o ingresso antecipado, o visitante terá acesso a três andares multimídia. 

No térreo, duas salas contam a história da folia soteropolitana, desde a festa das elites, o carnaval de clubes, o popular, os blocos de índios até os dias atuais. Na primeira sala, o visitante poderá acessar os vídeos: serão 18 conteúdos históricos, 200 miniaturas de personagens do Carnaval, maquete dos circuitos, adereços, além de poder conhecer como a festa é feita.

A segunda sala, ainda no térreo, é direcionada ao tema Criatividade e Ritmos do Carnaval da Bahia. Modulada com seis espaços, a seção contém 12 vídeos contando a forma com que o Carnaval da Bahia é visto pelo mundo. É nessa sala que fantasias e figurinos de grandes artistas estarão expostos, além da mistura de ritmos, a história do samba e do pagode na festa, dos trios elétricos e dos blocos, a herança do tambor e da guitarra baiana.

No primeiro andar estão dois cinemas interativos que prometem ter a potência do trio elétrico e transportar a pessoa para o Carnaval de Salvador. A capacidade é de 30 pessoas por sala. Serão disponibilizados 11 filmes com dez minutos de duração cada.“Nessa sala, o visitante terá a sensação de estar na rua, com a música baiana e seus artistas. A ideia é a interação, que todos vivam a experiência de estar no Carnaval de Salvador”, explicou o secretário municipal de Cultura e Turismo, Claudio Tinoco.Artistas colaboraram com o material e fizeram escolhas próprias para os vídeos que serão exibidos. “Luiz Caldas escolheu Fricote para tocar. Carlinhos Brown escolheu Magalenha”, citou Tinoco, ao apresentar o espaço em primeira mão ao CORREIO.

Subimos mais um pouco: no segundo andar, além de uma vista para a Baía de Todos os Santos, estará o Terraço do Samba, com um Café Bar e um ‘micro palco’. A ideia, de acordo com o secretário, é que o espaço seja utilizado por artistas para anunciar lançamentos, blocos, entre outros.